Bob Iger, da Disney: CEO vai contra ritmo de outras grandes empresas americanas (Aly Song/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 12h39.
A partir de 1º de março, os funcionários da Disney terão que trabalhar presencialmente quatro dias por semana, determinou o novo CEO da empresa, Bob Iger, a seus empregados.
A política é relativamente rígida entre grandes empresas americanas que, desde o retorno aos escritórios após a fase mais aguda da pandemia da Covid, têm adotado regimes flexíveis de trabalho.
Mas, em memorando aos funcionários, Bob Iger, que deixou de lado a aposentadoria em novembro para reassumir como presidente da Disney, disse que um retorno ao trabalho principalmente presencial beneficiaria a cultura da empresa em geral e os processos criativos de cinema e TV em particular. Desde seu retorno, Iger tem tentado elevar o moral da equipe e reavivar a criatividade na empresa.
“Como você já me ouviu dizer muitas vezes, a criatividade é o coração e a alma de quem somos e do que fazemos na Disney. E em um negócio criativo como o nosso, nada pode substituir a capacidade de se conectar, observar e criar com colegas que vem de estar fisicamente juntos”, disse Iger no memorando, ao qual o The New York Times teve acesso.
O memorando dizia que os funcionários provavelmente seriam solicitados a trabalhar nos escritórios da Disney de segunda a quinta-feira. “Fique atento para detalhes adicionais”, acrescentou o CEO.
A mudança não foi uma surpresa completa para os funcionários da Disney, pois Iger já havia sinalizado que uma mudança estava chegando durante uma reunião em 28 de novembro.
No ano passado, a Disney exigiu que a maioria dos funcionários trabalhasse presencialmente três dias por semana, de acordo com a maioria das grandes empresas de mídia. A NBCUniversal tem uma política de três dias por semana (terça, quarta e quinta-feira), enquanto a Warner Bros Discovery exige três dias entre segunda e quinta-feira.
O decreto de retorno ao trabalho de Iger foi acompanhado de elogios a uma ampla gama de divisões da Disney, incluindo produções da Broadway e Imagineering, a unidade de design de parques temáticos da empresa. Bob Chapek, que foi CEO de 2020 até ser demitido em novembro, às vezes deixava certos grupos da empresa se sentindo negligenciados ou subestimados.
“Eu seria negligente em não mencionar como a equipe da ESPN lidou habilmente com a trágica lesão de Damar Hamlin, mostrando graça sob pressão e apresentando os fatos aos telespectadores com total respeito e sensibilidade”, disse Iger no memorando, referindo-se ao jogador do Buffalo Bills que desmaiou e teve uma parada cardíaca no "Monday Night Football", em 2 de janeiro.
O executivo também está trabalhando em uma ampla reestruturação envolvendo o fluxo de conteúdo para os serviços de streaming da Disney. Também sinalizou que o corte de custos está por vir, incluindo possíveis demissões.