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''Os brasileiros sabem usar a internet muito bem''

Em entrevista exclusiva, o fundador do LinkedIn, Reid Hoffman, fala sobre como usar a web para buscar oportunidades de emprego e fazer contatos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2009 às 09h07.

O LinkedIn é a maior rede social voltada para contatos profissionais do planeta. Sucesso também no Brasil, o site é bastante consultado por headhunters e profissionais da área de recursos humanos para encontrar candidatos a empregos disponíveis nas empresas. Em entrevista ao Portal EXAME, o fundador do LinkedIn, Reid Hoffman, fala sobre como usar a web para buscar oportunidades de emprego e fazer contatos.

Como as pessoas devem usar a internet para encontrar um emprego?
Hoje em dia todo mundo deve ter um perfil online. Se há uma coisa a ser feita, é manter um perfil completo com suas experiências profissionais e escolaridade. Perfis mais completos têm chances 50 vezes maiores de ser contatado para vagas do que aqueles que deixam um breve resumo. É interessante também estabelecer contatos na rede, o que aumenta suas chances de encontrar alguma oportunidade.

Com frequência empresas verificam o perfil de um candidato em redes sociais mais ligadas ao lazer como o Orkut. Em alguns casos o candidato pode até perder a vaga dependendo de sua postura. O senhor concorda com essa atitude?
Realmente pode ser prejudicial ao candidato revelar informações pessoais em excesso na internet. Geralmente eu aconselho às pessoas a manter seus perfis sociais, como o Orkut, protegidos, e o profissional, como o LinkedIn, público. Se você busca emprego na rede, é o seu perfil profissional que deve ficar visível para a maior quantidade de pessoas.

Além do LinkedIn, o senhor acha que outras redes funcionam?
Orkut e Twitter podem ajudar a encontrar vagas caso você diga a todos os seus contatos que você está procurando por novas oportunidades. Esses sites não representam sua identidade profissional, mas são boas formas de manter e aumentar a rede de contatos.

O Twitter é a grande novidade atualmente. O que o senhor acha da ferramenta?
Ele está crescendo a taxas incríveis, mas acredito que as pessoas ainda estão aprendendo a melhor maneira de usá-lo. De fato é uma ferramenta de comunicação importante.

Por que decidiu criar o LinkedIn?
Como empresário, decidi construir uma ferramenta de sucesso. Criei o LinkedIn porque achava que poderia mudar a forma de trabalhar e tornar os contatos mais eficazes. O que faz uma pessoa um bom profissional é a habilidade de aumentar os contatos. A internet é uma arma poderosa para isso.

A que você atribui o sucesso do LinkedIn, que hoje já tem 41 milhões de usuários em 200 países?
Acredito que seja exatamente esse objetivo de criar uma rede de contatos profissionais. O LinkedIn não é um site que você utiliza apenas para buscar emprego. É um lugar onde você pode criar sua identidade profissional. Como resultado, o site é relevante até mesmo quando alguém não está procurando emprego. Há um novo membro por segundo atualmente.

O senhor planeja parcerias com universidades em busca de novos talentos?
As universidades geralmente criam um canal de alunos. Não é necessária uma parceria formal.

O senhor tem contato com headhunters e empresas que estão em busca de profissionais?
Sim, as empresas nos pedem para ajudá-las a encontrar algum talento. Nós oferecemos serviços corporativos para ajudar as empresas a contratarem.

Há apenas um escritório fora dos Estados Unidos, ele está em Londres. Pretende abrir mais?
Nós temos planos de expansão, mas nada oficial até agora.

O Brasil é um bom mercado?
Sim, é o nosso maior mercado na América Latina com cerca de 500 mil cadastrados. Acredito que isso acontece porque os brasileiros sabem como usar a internet muito bem. Enquanto usam o Orkut para o lazer, eles acessam o LinkedIn para o lado profissional.

Acredita que empresas 2.0 vão desaparecer com a crise?
Com essa recessão, quem não tiver um modelo de crescimento sustentável certamente vai desaparecer.

Recentemente o senhor mencionou que não tem planos para fazer um IPO. Mas considera a possibilidade no futuro?
É possível, porém estamos focando na ampliação da empresa e na construção de seus valores. Já que não precisamos do dinheiro de investidores, é uma boa razão para não fazer uma oferta de ações agora. O LinkedIn se sustenta sozinho, não é necessário colocar dinheiro meu nele. Preciso investir meu tempo. Neste ano estamos investindo em infraestrutura e na contratação de novos funcionários.

Numa entrevista recente, o senhor disse que pergunta aos candidatos entrevistados o que eles escreveriam em suas lápides. Qual seria o texto da sua?
Espero que eu ainda tenha muito tempo para trabalhar nisso, mas acredito que colocaria algo como “empresário que fez a diferença na vida de milhões”.

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