Fernando Luciano, vice-presidente de Pessoas da Vivo: “Quanto mais tech, mais humano podemos ser” (Leandro Fonseca /Exame)
Repórter
Publicado em 22 de outubro de 2025 às 19h30.
A Vivo construiu uma estratégia de recursos humanos que equilibra inovação digital e cuidado humano.
“Não se trata de terceirizar à tecnologia o que é humano, mas de liberar tempo para empatia, criatividade, intuição e bem-estar”, afirma Fernando Luciano, vice-presidente de Pessoas da Vivo.
Com 33 mil funcionários espalhados pelo país, a operadora parte de uma nova cultura batizada de ‘Paixão Púrpura’, que identificou cinco elementos que mais marcam o jeito Vivo de trabalhar: coragem para empreender, inovação, responsabilidade ambiental, pertencimento e valorização do indivíduo.
Além da nova cultura, a Vivo manteve benefícios que alinharam as novas tecnologias a práticas mais humanas. O engajamento dos funcionários refletiu no resultado da pesquisa da EXAME e fez a companhia ser destaque na segunda edição do Prêmio EXAME Melhores em Gestão de Pessoas, na categoria de empresas com acima de 20 mil funcionários. Veja a seguir algumas das práticas da companhia que vai além do VR e VA.
Essa cultura ganha força justamente porque vem acompanhada da digitalização de processos. Para o RH da Vivo, a tecnologia não substitui o humano, mas o potencializa.
A triagem de candidatos, por exemplo, caiu de 13 dias para apenas 1 com apoio de inteligência artificial. A empresa também desenvolveu um chat de IA generativa no portal de pessoas, atendimento no WhatsApp e agentes digitais voltados à carreira, saúde e retenção de talentos.
“Não se trata de terceirizar à tecnologia o que é humano, mas de usar a IA para liberar tempo e ampliar o que temos de melhor: empatia, criatividade e intuição”, reforça Luciano.
Entre os principais benefícios que a empresa oferece, está a conexão e a formação dos funcionários. Todos recebem um smartphone corporativo com plano ilimitado e têm subsídio para cursos de idiomas.
Para os talentos de destaque, o programa Vivo Acelera concede bolsas de até R$ 20 mil em instituições como Harvard e MIT. Diretores participam de cursos de oratória no teatro da Vivo, e profissionais são selecionados para cursos de extensão na Universitas Telefónica, em Madrid.
“Esse é um tipo de curso que amplia o repertório e visão global, afinal os funcionários tem contato com profissionais de filiais de outros países”, diz o executivo.
Com a tecnologia, a flexibilidade ganhou espaço no mercado de trabalho. Na Vivo, além de benefícios flexíveis, que podem ser usados em plano de saúde, academia ou reembolso de educação, a empresa oferece day off de aniversário, modelo híbrido e horários flexíveis.
“Oferecemos, inclusive, dois dias de licença para quem adota um animal de estimação, pensando no período de adaptação”, diz Luciano.
O cuidado com a saúde e o bem-estar também ganhou protagonismo. O Espaço do Bem-Estar, com 600 m² em São Paulo, oferece de nutricionista a acupuntura. Mais recentemente, a empresa lançou um ecossistema de saúde emocional que garante 52 sessões anuais de psicoterapia gratuitas para funcionários e dependentes.
“Estamos democratizando o acesso à terapia e recebendo muitos feedbacks positivos”, afirma o executivo.
O maior desafio do RH, segundo Luciano, é encontrar o equilíbrio entre gerações e tecnologias. Hoje, 20% da força de trabalho da Vivo tem até 30 anos, enquanto 12% já passou dos 50.
“O segredo é promover convivência, estimular a escuta e explorar a prontidão dos jovens para novas ferramentas, ao mesmo tempo em que preservamos a experiência dos mais maduros”, diz.
Com essa combinação, a Vivo reforça seu lema: “Quanto mais tech, mais humano podemos ser.”
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