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Aviação civil criará 2 milhões de empregos até 2030

De acordo com estudo, setor não terá mão de obra suficiente para atender demanda; saiba como aproveitar esse momento

Não só no Brasil: Vai faltar 160 mil pilotos em todo mundo até 2030 (Sara Haj-Hassan)

Não só no Brasil: Vai faltar 160 mil pilotos em todo mundo até 2030 (Sara Haj-Hassan)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 14 de março de 2011 às 18h04.

São Paulo – A combinação entre crescimento da indústria de aviação comercial e a aposentadoria dos profissionais que já estão no mercado impulsionará a criação de postos de trabalho no setor nas próximas décadas.

De acordo com estudo da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês), até 2030 o setor deve contratar 2 milhões de profissionais ao redor do globo.

O órgão, vinculado a Organização das Nações Unidas (ONU), estima que o número de aviões comerciais em operação devem subir para 151,565 nos próximos 20 anos. Em 2010, este número era de 61,833. O número de voos, segundo a projeção, deve saltar de 26 milhões para 52 milhões neste período.

Para atender a essa demanda, o número de profissionais do setor deve dobrar com relação ao contingente atual. Só de pilotos, estima-se que serão necessários 980,799 até 2030. No ano passado, haviam 463,386 disponíveis no mercado em todo o mundo. Confira:

Categoria Número de profissionais (2010) Número de profissionais (2030)
Pilotos 463,386 980,799
Controladores de tráfego aéreo 67,024 139,796
Manutenção 580,926 70,331

No entanto, o estudo prevê, o setor enfrentará um descompasso entre treinamento e demanda do mercado. Em outras palavras, tendo em vista a capacidade da indústria da aviação civil para investir em qualificação, vai faltar mão de obra no setor nos próximos anos.

Estima-se que, em todo mundo, o setor terá uma carência de profissionais equivalente a 160 mil pilotos, 360 mil profissionais de manutenção e 40 mil contradores de voo.

Oportunidade
O Brasil já sente reflexos desse problema. Em 2010, o mercado de aviação teve crescimento de 23,47% com relação ao ano anterior. Mas o processo de formação de profissionais para comandar aeronaves não acompanhou esse ritmo e, hoje, os pilotos brasileiros são disputados por empresas brasileiras e estrangeiras.


Em média, o salário de um profissional dessa área no Brasil varia de 7 mil reais a 16 mil reais.

Para pleitear uma oportunidade em companhias como TAM e Gol, os pilotos precisam contabilizar mais de 1.500 horas de voo.

A licença para piloto comercial sai por 35 mil reais, mas o valor das despesas com formação acadêmica e profissionalizante pode dobrar esse valor.

No caso de controladores de tráfego aéreo, a remuneração máxima é de 7.800 reais. Para chegar ao posto, é preciso fazer um curso de dois anos na Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá.

Outra opção é prestar um concurso da Infraero. Os aprovados, que podem ser civis, fazem um curso de dez meses no Instituto de Controle do Espaço Aéreo antes de assumir o posto.
 

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