Carreira

Volks monta a Escola da Excelência em SP e no Paraná

Após passar por um forte programa de desenvolvimento, os líderes de células da Volkswagen do Brasil melhoraram seu desempenho e seu estilo de gestão

Raimundo Ramos, gerente executivo de educação corporativa da Volkswagen, à frente de alguns líderes de células: após treinamento, time apresentou mais agilidade na tomada de decisão (Omar Paixão)

Raimundo Ramos, gerente executivo de educação corporativa da Volkswagen, à frente de alguns líderes de células: após treinamento, time apresentou mais agilidade na tomada de decisão (Omar Paixão)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 11h30.

São Paulo - Com quatro fábricas no país – São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, em São Paulo, e São José dos Pinhais, no Paraná –, a Volkswagen do Brasil conta com cerca de 320 líderes de célula. São profissionais da manufatura, de extrema importância para a qualidade final do produto entregue ao consumidor e diretamente responsáveis pelo recorde de 828 444 unidades fabricadas pela empresa em 2011, entre automóveis e veículos comerciais leves. Cada líder de célula coordena, em média, de 40 a 50 operários das linhas de produção. Para dar a esses líderes uma melhor formação, a Volks lançou, em 2010, o programa Escola de Excelência.

O Desafio

De acordo com o gerente executivo de educação corporativa da Volkswagen do Brasil, Raimundo Ramos, a empresa queria levar conhecimentos que ajudassem os líderes de célula a conduzir melhor suas equipes. Para isso, antes de criar ou implantar qualquer programa, foi feito um levantamento com 130 profissionais das quatro plantas da empresa, a fim de identificar exatamente as ferramentas necessárias para um líder tocar melhor a sua célula.

“Ouvimos os líderes, os operários, os supervisores, os engenheiros e os diretores, tudo isso com o objetivo de englobar todos os personagens do universo de relacionamento dos líderes de célula”, explica. Nessa pesquisa, 55% dos pontos levantados mostravam a necessidade de desenvolver habilidades de liderança, enquanto os demais 45% focavam nas competências técnicas dos líderes de célula. “Somente a partir daí é que começamos a desenhar a Escola de Excelência.”

A Solução 

A estrutura curricular da Escola de Excelência foi discutida em parceria entre a área de recursos humanos da organização, à qual a educação corporativa está vinculada, e o setor de manufatura. “Do operacional ao board da Volkswagen, todas as áreas validaram a estrutura antes de começarmos a desenvolver as pessoas”, afirma Ramos. Já para desenvolver os módulos, a empresa chamou gestores que mostravam sucesso com suas equipes. Eles transformaram o conhecimento que detêm em apresentações e apostilas. E, nesse processo, foram identificados aqueles que poderiam atuar como instrutores da Escola de Excelência.


“Capacitamos esse pessoal em comunicação, didática e técnicas de dinâmica de grupo e conseguimos formar 200 instrutores internos”, diz o gerente. A Escola de Excelência foi dividida entre os cursos Básico 1, com 110 horas/aula, e Básico 2, com 120 horas/aula. Do conteúdo, além de temas técnicos e específicos da produção de automóveis, constavam assuntos ligados à gestão de pessoas. Temas como liderança e comunicação, motivação e feedback, conhecimento do mapa estratégico da empresa, saúde e segurança, e habilidades e atitudes do líder de célula foram abordados. Antes da primeira turma, que teve início no começo de 2010, a Volkswagen ainda rodou um pequeno programa piloto para avaliar de que forma os líderes de célula receberiam o conhecimento transmitido por instrutores internos.

“Fui pessoalmente às unidades para checar isso e fiquei surpreso com a alta receptividade que nossos profissionais tiveram. Os líderes de célula perceberam que, do outro lado, estavam pessoas que entendiam exatamente o problema que eles relatavam e, por isso, podiam compartilhar com eles desafios e soluções”, assinala Ramos.

O Resultado 

De 2010 até hoje, cerca de 80% dos 320 líderes de célula da Volkswagen do Brasil já passaram pelo curso Básico 1 da Escola de Excelência, e 25% deles passaram pelo Básico 2. A meta da companhia até o fim deste ano é de que a totalidade dos profissionais esteja treinada no Básico 1 e pelo menos 50% deles já tenham cursado o Básico 2.

A Volkswagen também está acompanhando as avaliações de desempenho dos líderes de célula que já frequentaram a Escola de Excelência, na tentativa de monitorar seus resultados. De acordo com Ramos, entre 2010 e 2011, aqueles que participaram dos cursos apresentaram evolução de 9,6% na capacidade de tomar decisões rápidas. A competência foco no cliente teve melhora de 7,6%, e o conhecimento técnico, de 6,9%. “Nas plantas que receberam mais módulos dos cursos, o percentual de melhora das avaliações de desempenho dos líderes de célula foi maior, o que prova a correlação direta com o projeto da Escola de Excelência.” Além disso, o engajamento dos líderes que participaram dos cursos aumentou, na ordem de 10% no ano passado em relação ao ano anterior.

Certo do saldo positivo, o gerente executivo de educação corporativa da Volkswagen pretende, agora, adaptar o formato dos cursos para treinar os monitores da empresa, que são os profissionais que auxiliam os líderes de célula em seu dia a dia.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaEdição 22EmpresasEmpresas alemãsgestao-de-negociosIndústriaMontadorasTreinamentoVolkswagen

Mais de Carreira

Ele é júnior com salário de sênior: veja quem é o profissional que as empresas brigam para ter

Estas são as três profissões mais valiosas até o final da década; veja se a sua está na lista

Como usar a gamificação para transformar o engajamento da sua equipe

5 tipos de vampiros emocionais e como eliminá-los da sua vida