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As várias possibilidades de fazer trabalho voluntário na ONU

Programa Voluntários das Nações Unidas oferece opções em campo e de trabalho remoto; possibilidades vão de tradução de materiais à proteção de áreas ambientais


	ONU: Atravessar fronteiras não é mandatório para os voluntários
 (REUTERS/ Joshua Lott)

ONU: Atravessar fronteiras não é mandatório para os voluntários (REUTERS/ Joshua Lott)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2016 às 19h00.

São Paulo— Criado em 1970, o programa Voluntários das Nações Unidas (UNV, na sigla em inglês) é um braço do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e tem como objetivo contribuir para a paz e para o desenvolvimento através do trabalho voluntário em mais de 140 países.

Com sua rede de organizações espalhada pelo mundo, o UNV oferece uma plataforma aberta em que qualquer interessado pode se cadastrar. Uma vez integrado à base de dados, o candidato pode ser contatado caso a ONU ou um de seus parceiros precise de alguém com suas habilidades.

“Trabalhamos com mais de 60 mil voluntários em campo, presentes em diferentes países, principalmente os em desenvolvimento, trabalhando em projetos de serviços básicos sociais, como saúde e educação, mas também na redução de risco de desastres e fortalecimento comunitário”, disse Amanda Mukwashi, chefe do setor de conhecimento sobre voluntariado e inovação, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

Em uma pesquisa rápida, é possível encontrar testemunhos de voluntários que lutam contra a violência contra a mulher no Vietnã e engenheiras que estão reconstruindo casas na Faixa de Gaza, por exemplo.

Atravessar fronteiras, no entanto, não é mandatório. Estima-se que 30% da força voluntária do UNV atue dentro de seu próprio país. No Brasil, onde o programa atua desde 1998, as vagas para brasileiros são anunciadas diretamente pelo site do PNUD.

Pela internet Uma das divisões do UNV é o onlinevolunteering.org, onde é possível se engajar com trabalho voluntário de forma remota. Entre as opções estão tradução de materiais, pesquisa, design, desenvolvimento de TI, consultoria e coaching, entre outras. Para participar, o usuário faz um cadastro e lista suas habilidades. Em seguida, já pode pesquisar as vagas disponíveis e oferecer seus serviços.

Também é possível ter um impacto à distância em momentos de crise, como na epidemia de ebola. “Tinhamos tanto voluntários em campo, que trabalharam com as comunidades para prevenir a doença, quanto voluntários online, que ajudaram a mapear os incidentes”, lembrou Amanda.

Bolsas para voluntários

No Brasil, há ainda a possibilidade de concorrer à Bolsa Sergio Vieira de Mello, uma homenagem ao famoso diplomata brasileiro morto num atentado em 2003. Atualmente sem previsão de data para sua próxima edição, é uma iniciativa conjunta do Ministério de Relações Exteriores e da ONU para atrair mais brasileiros ao trabalho voluntário.

As primeiras bolsas, com contratos de 12 meses, foram oferecidas em 2014 a jovens interessados em trabalhar com gestão de infraestrutura rural no Haiti e com políticas de segurança alimentar no Paquistão.

Para quem está em dúvida sobre quais são os benefícios do trabalho voluntário, a cofundadora da agência Volunteer Vacations Mariana Serra tem a resposta na ponta da língua: “É uma via de mão dupla: você dá, mas recebe em troca”.

“Em campo, você sai da sua zona de conforto e é puxado a ir além, a pensar rápido, trazer soluções em um cenário adverso, a trabalhar melhor em grupo”, explica. “A experiência te traz uma transformação de vivência que você leva também para o âmbito profissional.”

* Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar

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