Estresse no trabalho: não se sentir competente para função é uma das causas (Getty Images)
Camila Pati
Publicado em 6 de julho de 2014 às 06h00.
São Paulo – O domingo nem bem deu as caras e a mente já está aterrorizada com a segunda-feira de trabalho que se aproxima. Mesmo descansando no fim de semana, o nível de ansiedade continua alto e sintomas físicos insistem em incomodar.
No entanto, não é só o corpo que esmorece quando o nível de estresse atinge o pico. De acordo com o médico Marcelo Dratcu, coordenador da consultoria SCER- Sustentabilidade Humana e Corporativa, os sintomas atingem 3 esferas:
A primeira é parte física. Cansaço frequente, insônia, irritabilidade, palpitações, falta de ar sem motivo, dores e alterações digestivas e da libido.
A segunda é psíquica. Preocupação excessiva, a ansiedade sempre presente, irritabilidade, impaciência, insatisfação constante aliada ao nervosismo.
Por fim, a dimensão existencial e profissional. “A pessoa não está satisfeita em seu dia a dia, não tem motivação ou propósito claro no trabalho e na vida pessoal”, diz Dratcu. Os relacionamentos com colegas de trabalho, chefes e subordinados sofrem os impactos dessa condição, segundo o médico.
Como vencer?
A “receita médica” para combater o estresse passa pela ação em algumas frentes, segundo Marcelo Dratcu. Mudanças no estilo de vida, principalmente no que diz respeito à alimentação, sono e atividade física são os primeiros passos indicados por ele.
“A pessoa deve ter orientação médica, mas se ela se movimenta 30 minutos por dia já não é considerada sedentária”, explica. Ele também diz que técnicas de relaxamento também são usadas no tratamento específico em consultório e podem melhorar a qualidade do sono.
Buscar apoio da família é também outra recomendação, assim como uma checagem do estado de saúde. “Os sintomas do estresse são semelhantes ao de outras doenças”, diz o médico.
A motivação para o trabalho é um ponto importante. Você enxerga perspectivas no seu horizonte de carreira? Tem um propósito de trabalho?
É que não gostar do que faz, não se sentir com competência para desenvolver a atividade profissional e trabalhar em local onde o clima organizacional seja ruim são algumas das causas do stress, segundo Dratcu.
Problemas de relacionamento com colegas e conflitos profissionais também contribuem para o estresse. Assim como forçar-se a trabalhar mesmo estando doente.
O tratamento de combate ao estresse deve ter o acompanhamento de uma equipe multiprofissional. Medicina, fisioterapia, nutrição, psicoterapia devem ser envolvidas neste processo, segundo o médico. Só assim é possível espantar, de vez, esta condição nada agradável.