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Camila Pati
Publicado em 1 de abril de 2018 às 06h00.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 12h05.
São Paulo – De uma “floreada” no currículo até uma completa lorota há todo um espectro de falsas informações usadas por candidatos para fisgar recrutadores.
Nove entre dez recrutadores (92,2%) já descobriram mentiras de profissionais durante processos seletivos, segundo números divulgados pela Catho, com base na sua Pesquisa dos Profissionais Brasileiros, com mais de 20 mil entrevistados.
Além de revelar abundância de mentirosos, esse dado da Catho mostra também que é relativamente fácil para um recrutador flagrar “fake news” no currículo ou “lorotelling” na entrevista de emprego.
Elen Souza, psicóloga e assessora de carreira da Catho, listou as mentiras mais frequentes e contou como os recrutadores as identificam. Confira:
1. Aumentar o peso da bagagem profissional
Há candidatos que inventam experiências ou aumentam a profundidade de suas atividades ao longo de uma passagem profissional.
Participação em um projeto, por exemplo, pode se transformar em liderança da iniciativa e a descrição de uma tarefa pode ganhar um peso maior do que o que de fato era desempenhado.
De acordo com Elen, recrutadores descobrem facilmente essas pegadinhas no currículo ao checar as referências do candidato com ex-gestores e ex-colegas de trabalho.
2. Cursos inventados
Há quem coloque no currículo falsos cursos de formação ou quem minta sobre a carga horária de uma especialização. Um curso de duas semanas, por exemplo, vira uma pós-graduação, diz a assessora da Catho.
O risco de ser descoberto é grande, diz Elen, já que as informações podem ser confirmadas com o MEC ou ainda o recrutador pode pedir que o candidato apresente o certificado de conclusão do curso.
3. Falsas habilidades técnicas
Candidatos que falam que sabem fazer determinada tarefa sem na verdade ter esse conhecimento também frequentam bastante as salas de entrevista de emprego Brasil afora.
A perna curta dessa mentira se revelará rapidamente se o recrutador submeter o candidato a um teste prático ao longo do processo de seleção.
4 – Fluência enganosa de idioma
Essa é também uma mentira clássica: o nível intermediário de domínio de um determinado idioma, quase sempre o inglês ou espanhol, se transforma em fluência.
Mas, tão comum quanto a enganação é a checagem desse conhecimento. O entrevistador pode mudar o idioma da conversa ao longo da entrevista.
5- “Furto” de resultados
Tomar para si resultados inexistentes ou que foram atingidos por meio de esforço conjunto é também uma prática comum entre profissionais mentirosos.
Por isso, recrutadores têm o hábito de pedir que um profissional descreva durante a entrevista como chegou a um determinado resultado. É nesse momento que o candidato pode engasgar e não saber todos os pormenores do planejamento e da execução daquela meta.