Executivo mirim: 4 em cada 5 crianças imaginam banqueiros como homens e enfermeiras como mulheres (Thinkstock/Kanashkin)
Claudia Gasparini
Publicado em 12 de outubro de 2016 às 15h04.
São Paulo — A empresa de recrutamento Michael Page decidiu fazer uma pergunta clássica a 100 crianças com idade entre 7 e 11 anos: “O que você quer ser quando crescer?”.
A resposta não chegou a surpreender: a profissão mais citada pelas meninas foi a de professora, enquanto a carreira mais popular entre os meninos foi a de jogador de futebol.
Para Oliver Watson, diretor executivo da empresa no Reino Unido, país onde foi feita a pesquisa, os resultados mostram que os estereótipos de gênero permanecem muito vivos no imaginário infantil.
“As meninas mostraram um foco em profissões mais colaborativas, como educação, enfermagem e veterinária, e também no entretenimento, como música e arte”, diz o especialista.
Já os meninos aspiram a profissões ligadas ao esporte, como jogadores de futebol, pilotos e jogadores de rugby, além de carreiras em que eles podem exercer autoridade na sociedade, como bombeiros e policiais, completa ele.
Veja o quadro com as 10 profissões dos sonhos das crianças, segundo o estudo:
Ranking | Meninas | Meninos |
---|---|---|
1 | Professora | Jogador de futebol |
2 | Veterinária | Policial |
3 | Cientista | Cientista |
4 | Designer | Designer |
5 | Dançarina | Explorador |
6 | Enfermeira | Bombeiro |
7 | Cabelereira | Paleontólogo |
8 | Ginasta | Piloto |
9 | Padeira | Piloto de rally |
10 | Artista | Jogador de rugby |
Com base em desenhos feitos pelos entrevistados, o estudo ainda mostrou que quatro em cada cinco crianças imaginam banqueiros como homens e enfermeiras como mulheres. Além disso, a área de construção civil é associada ao gênero masculino por 88%, enquanto o direito é associado ao gênero feminino por 65%.
“Os desenhos podem parecer uma maneira bastante inocente e ilustrativa de examinar o tema da diversidade na infância, mas temos que pensar por que as crianças ainda estão associando certas funções a gêneros específicos”, diz Watson. “É fundamental incentivarmos desde já a diversidade e a inclusão na escola e no mundo do trabalho".