"O mundo dos negócios, todos sabemos, é hoje tão complexo e difícil, e a sobrevivência das empresas tão incerta num ambiente cada vez mais imprevisível, competitivo e repleto de perigos, que a continuidade de sua existência depende da mobilização diária de cada grama de inteligência"

Konosuke Matsushita

O filósofo francês Michel de Montaigne (1533-1592) falava de dois tipos de ignorância. A primeira é aquela de quem não conhece o alfabeto e é incapaz de ler. A segunda é aquela dos que leram muito, mas de forma errônea. São, como denomina o poeta Alexandre Pope, cabeças-duras cultos, ou ignorantes letrados.

O pensador francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) apresenta em sua obra Emílio ou Da Educação a seguinte constatação: nascemos fracos, precisamos de força; nascemos carentes de tudo, precisamos de assistência; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer e que precisamos quando grandes é dado pela educação. Essa educação vem da natureza, dos homens ou das coisas . Simplificando ao extremo, Rousseau no século 18 mostra que a saída para a ignorância que se referia Montaigne no século 16 é a Educação.

Duzentos anos depois da morte de Rosseau, já existem centenas de estratégias que contribuem para o vencimento da ignorância. Participação em seminários, leitura, apresentações audiovisuais, discussão em grupo, viagens culturais, e-learning, pesquisas, treinamentos focados em necessidades individuais, cursos formais ou informais, orientação direta de mentores, entre outros. Não é à toa que as informações eletrônicas crescem em ritmo assustador: 20% ao ano. O volume é tão grande que cerca de 50% dos gerentes não conseguem processar as informações recebidas.

Entre elas, a leitura é uma das fontes fundamentais para quem aspira o crescimento e o sucesso profissional na carreira. Há uma grande diferença entre aprender por instrução e aprender por descoberta própria. Naturalmente, por ser eu mesmo um autodidata em matéria de management, quase sempre valorizo mais o estudo solitário e reflexivo, em detrimento de outros não menos importantes. A razão é simples. A leitura tem valor intrínseco.

Amplia conhecimentos

Enriquece o vocabulário

Aprimora a comunicação oral e escrita

Aprofunda pensamentos, disponibiliza massa crítica e amplia idéias

Fortalece a argumentação conhecimento é poder

Torna o indivíduo uma pessoa interessante e culta

Ensina o caminho para o conhecimento e a grandeza

Revela-nos que o princípio da sabedoria é a ignorância eu não sei

Durante 99% do tempo da existência humana, ninguém lia ou escrevia. Quase tudo o que conhecíamos era transmitido oralmente. Os livros mudaram essa realidade e, melhor do que isso, com um preço acessível. Quem acha um livro caro, experimente passar a vida sem ler, na ignorância. Os livros nos possibilitam indagar o passado com algum grau de precisão e compreender o universo mental de outros. E mais: os livros podem nos acompanhar por toda parte à beira da piscina, no ônibus, no metrô, no avião, em salas de espera de aeroportos, em ante-salas de médicos, dentistas, advogados, escritórios, no banheiro, enfim, em qualquer lugar.

Os livros jamais criticam nossos erros. Ao contrário, eles abrem nossas mentes e nos fazem compreender o mundo e participar da construção de uma sociedade solidária, justa, próspera com oportunidade a todos. Nesse sentido, gostaria de recomendar a você, leitor, a elaboração de um programa de leitura diária. Uma carreira global exige que esse programa tenha foco em assuntos específicos. Pelo menos, uma parte desses livros deve ser relacionada ao trabalho. Sugiro assuntos nas áreas de negócios internacionais, adaptação cultural, ética internacional, economia, entre outros. Como já disse, a leitura é sempre um grande desafio às emoções e o raciocínio. E também uma ferramenta eficaz para a conquista da tão sonhada e necessária realização pessoal, que é base para uma carreira de sucesso.