Bruno Braga, professor de inglês: O aprendizado passivo, ou seja, a aquisição onde a pessoa absorve informações sem uma participação ativa ou prática significativa, é quase tão importante quanto o aprendizado ativo (Divulgação: Guido Mieth/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 27 de fevereiro de 2024 às 15h28.
Última atualização em 1 de março de 2024 às 14h32.
Por Bruno Braga, professor de inglês há 18 anos e Coordenador Pedagógico na Companhia de Idiomas
Your actions are a consequence of your thoughts. Your thoughts are a consequence of what you consume. Choose better inputs. Get better outputs.
Suas ações são uma consequência dos seus pensamentos. Os seus pensamentos são uma consequência do que você consome. Escolha melhores inputs (o que entra para você). Tenha melhores outputs (o que sai de você).
James Clear, autor do best-seller Hábitos Atômicos
Se nossas ações são uma consequência dos nossos pensamentos, e os nossos pensamentos são uma consequência do que consumimos, então escolhendo melhor o que entra na nossa mente podemos refinar aquilo que compartilhamos com o mundo.
Essa citação de James Clear, escritor estadunidense e autor do best-seller Atomic Habits (Hábitos Atômicos) é bastante óbvia, e é também por isso que eu gosto tanto dela. Afinal, muitas vezes precisamos falar e ouvir o óbvio para darmos um passo adiante, fazer uma mudança, ajustar a nossa rota em direção aos nossos objetivos.
Em praticamente todos os meus artigos, falo sobre a importância do consumo do inglês de forma regular. Durante sua jornada de aprendiz, consuma muito inglês no seu dia a dia. Textos, redes sociais, vídeos, séries, música, podcasts. A ideia é que você consiga imergir o máximo possível no idioma e, assim, aumentar o tempo de exposição a ele. Afinal, o que é um intercâmbio fora do Brasil se não uma imersão total no idioma, dentro e fora da sala de aula?
O aprendizado passivo, ou seja, a aquisição de conhecimento de maneira mais receptiva, onde a pessoa absorve informações sem uma participação ativa ou prática significativa, é quase tão importante quanto o aprendizado ativo. No entanto, temos de ter um cuidado especial com a qualidade do que consumimos.
Pense em uma pessoa que está em uma dieta de emagrecimento e está buscando consumir comidas pouco calóricas. Entre alimentos light ou dietéticos ultraprocessados e vegetais frescos e orgânicos, qual alimento você acha que tem melhores qualidades nutricionais? Certamente o segundo grupo. A pessoa pode até optar pelo primeiro e conseguir o objetivo de perda de peso, mas estará colocando para dentro de seu corpo alimentos muito menos nutritivos que podem, em algum momento, trazer algum malefício.
Com o inglês não é tão diferente. Você pode até consumir muito o idioma no seu dia-a-dia, mas se suas fontes não forem adequadas aos seus objetivos e de boa qualidade, os seus outputs não serão os que você espera. Por isso, tão importante quanto se organizar para consumir o idioma todos os dias é escolher a fonte desse consumo. Vejamos abaixo algumas sugestões de consumo e algumas dicas de como escolher uma boa fonte.
Existem diversos aplicativos com rádios online do mundo todo. O meu favorito é o Radio Garden, que é gratuito e tem uma interface bem divertida. Para refinar o que ouvir, você pode escolher um país que tenha o inglês como língua oficial e buscar sua capital. Prefira países que tenham a ver com suas necessidades com o idioma. Por exemplo, se você trabalha diretamente com pessoas no Reino Unido, não priorize rádios dos Estados Unidos em um primeiro momento. Agora, dentro da lista de rádios da capital do país escolhido, veja as primeiras recomendações, que geralmente são as mais populares. Deixe a rádio tocando durante o dia enquanto trabalha, pratica atividades ou mesmo faz as tarefas do lar. Escute passivamente, ou de maneira mais direta, deixe rolar.
Caso você não goste de rádio, você pode aplicar a mesma ideia a podcasts ou canais de entrevistas na internet. Se você não tiver um preferido, comece pelos mais ouvidos ou por canais no Youtube com mais visibilidade. Apesar de não ser uma regra, as chances de o conteúdo ser de boa qualidade são maiores. Aí, é só deixar tocando enquanto você realiza suas atividades do dia.
Se você está lendo esse artigo, você usa computador e/ou smartphones. Que tal, então, experimentar mudar o idioma dos seus gadgets para o inglês? No começo é um pouco estranho, mas pela frequência de uso em pouco tempo você se adaptará. Por serem configurações de uso de dispositivos eletrônicos, você pode confiar totalmente na qualidade do que está lendo na tela.
Você perd… digo, investe uma boa parte do seu tempo nas redes sociais? E se você aproveitasse esse momento de distração para aumentar seu contato com o inglês? Comece a seguir páginas com conteúdos em inglês sobre entretenimento, esportes, notícias ou mesmo artistas que você gosta. Dê preferência aos perfis grandes e verificados, com conteúdo jornalístico, para aumentar as chances de estar em contato com um bom nível técnico do idioma.
Espero, com essas dicas, ter te ajudado a refinar o que você consome em inglês no seu dia a dia, não apenas adequando o conteúdo aos seus gostos pessoais ou necessidades com o idioma, como também aumentando a qualidade dele. Lembrando que aqui são apenas sugestões, e que a melhor pessoa para escolher o que faz sentido pra você e seus objetivos é você mesma ou você mesmo.
Por isso, se você tiver outras sugestões, me escreva no bruno@companhiadeidiomas.com.br
See you next time!