Carreira

Após 25 anos de CLT, ela redesenhou sua carreira com impacto e equilíbrio: ‘Eu sou o meu negócio’

Beatriz Cara Nóbrega trocou o crachá fixo por um modelo profissional no qual sua carreira virou seu portfólio: ela atua em diferentes frentes, com autonomia e foco em gerar valor

Bia Nóbrega: ela transformou sua carreira em um ecossistema de impacto

Bia Nóbrega: ela transformou sua carreira em um ecossistema de impacto

Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

Content Writer

Publicado em 6 de maio de 2025 às 05h00.

Beatriz Cara Nóbrega tem uma rotina intensa, mas quem olha de fora dificilmente consegue definir o que ela faz. Em um dia, ela participa de uma reunião de conselho. No outro, acompanha planos de desenvolvimento com times de RH em uma empresa. Em paralelo, lidera comunidades, faz lives, dá mentoria individual e ainda encontra espaço na agenda para se preparar para a maratona de Nova York. Não é exagero dizer que ela se tornou sua própria empresa. “Eu sou o meu negócio", resume Bia Nóbrega, como é mais conhecida, em especial nas redes sociais. 

Depois de mais de 25 anos em cargos estratégicos dentro de grandes organizações, ela remodelou sua carreira. Deixou o crachá fixo e construiu um portfólio próprio. É o que ela chama de 'multi-talent based business'. 

O que é o multi-talent based business? 

“É um modelo de atuação diferente da prestação de serviço”, pondera Bia.Não é sobre entregar um projeto e emitir uma fatura por hora, é sobre colocar meu talento em movimento, somar experiência, conhecimento e relações para gerar valor real onde ele mais importa”, explica.  

O modelo parte de um raciocínio simples: se empresas são estruturadas para gerar valor, por que um profissional não pode fazer o mesmo com sua carreira? 

Em vez de se limitar a um cargo fixo, é possível desenhar uma rede de atuações que reflita seus talentos e propósito. Na prática, isso significa escolher onde e como gerar impacto, com liberdade, estratégia e intenção.  

Em uma organização, como conselheira, crio valor sustentável de longo prazo; onde atuo como executiva de RH não-exclusiva, executo a estratégia aprovada; em outra empresa, influencio organizando e participando de eventos com decisores. Há outras em que contribuo com publicações ou artigos e até geração de negócios. Tudo depende da necessidade de cada organização”, explica. 

Há inúmeras vantagens, mas exige preparo 

Trabalhar nesse modelo significa ter flexibilidade para organizar a própria agenda, atuar em setores diversos e em projetos alinhados ao que se acredita e domina. Para muitos, pode ser o cenário ideal, mas, para isso, é preciso um alto nível de clareza e maturidade profissional, para que então esse plano se concretize de fato.  

“Não é para quem está começando agora”, defende. “Quem escolhe esse modelo, precisa saber o que você faz bem, o que não faz, onde gera mais valor. Se não tem essa clareza, você acaba se sobrecarregando.” 

Segundo Bia, essas são as principais habilidades que o multi-talent based business exige e nem sempre estão no currículo tradicional: 

  • Influência
  • Comunicação 
  • Gestão de rede 
  • Disciplina 
  • Visão sistêmica 
  • Pensamento estratégico 
  • Aprendizado contínuo 

"É a chance de gerar muito mais impacto"Beatriz Cara Nóbrega, multiempreendedora movida pelo propósito de desenvolver pessoas e organizações para que alcancem seu máximo potencial
 

Barreiras rompidas 

A profissional reconhece que o modelo ainda encontra barreiras no Brasil. "O empresariado é mais conservador. Fica com medo de contratar alguém que não está ali todo dia. Mas justamente por isso funciona: quando você não está no dia a dia, mantém a isenção necessária", explica. 

Mas, para quem testa, o valor se torna evidente. Ter acesso a uma executiva com quase 30 anos de experiência, sem vínculo fixo, por uma fração do tempo e com investimento acessível é uma oportunidade estratégica para qualquer empresa.  

“É a chance de gerar muito mais impacto”, diz. No modelo tradicional, sua atuação era limitada a uma única organização. Hoje, alcança várias. “O ecossistema inteiro ganha”, finaliza. 

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