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Aos meus alunos: o pedido de um professor aos futuros CEOs

Fiquem do lado da inovação, da ética e da meritocracia. Elas são as bases para construirmos uma sociedade da era dos valores

MBA (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2015 às 14h31.

Em dezembro, fui convidado pelos alunos de MBA da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo, para ser o paraninfo da turma. Resolvi fazer um discurso que os preparasse para o mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, os elogiasse. Compartilho algumas palavras que disse a eles:

“Caros alunos, ser escolhido paraninfo é o maior reconhecimento que um professor pode ter. Confesso, amáveis meninos e meninas, que aprendi mais com vocês do que ensinei. Muito obrigado. Aprendi a importância de ser brilhante e inquieto com você, aluno que não se conformava com uma nota inferior a 10.

Aprendi a importância de tratar todos com igualdade e generosidade com você, aluno ateu, que se esforçou para dar uma festa de Natal a crianças pobres do bairro do Grajaú. Aprendi o que é dedicação com vocês, meninas, que deixavam seus filhos em casa e vinham estudar à noite em busca de aprendizado. Principalmente com você que, nos últimos meses de gravidez, não faltou a nenhuma aula. 

Vocês estão se formando num momento de extremos. No Brasil e no mundo. São duas eras que se chocam. De um lado, a era da escassez e da sociedade industrial e, do outro, a era da abundância e da sociedade em rede.

Trata-se do mundo das redes sociais, onde um sussurro vira grito, onde dizer a verdade pode ser um ato revolucionário e nada mais pode ser escondido. Em rede, nenhum de nós, absolutamente nenhum de nós, é tão inteligente quanto todos nós juntos.

Vocês fazem parte do PIB intelectual deste país, não se esqueçam disso. Vocês estão prontos para a selva corporativa. Haverá muitos obstáculos, mas vocês estão prontos.

Haverá intrigas e desonestidades. Fiquem do lado da inovação, da ética e da meritocracia. Elas são as bases para construirmos uma sociedade da era dos valores. Nunca sejam indiferentes ao bem comum, ao coletivo, ao próximo. Nunca sejam indiferentes à falta de valores, à desonestidade, ao preconceito e à falta de caráter. Acreditem que o lucro pode conviver com a ética.

Contamos com vocês, os empresários, os CEOs, os cidadãos do século 21. Um de vocês me disse que tentaria fazer carreira nos Estados Unidos. Por isso, termino o discurso fazendo um apelo: não desistam do Brasil”.

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