Issy-les-Moulineaux, França - 9 de setembro de 2023: Nome da Microsoft no prédio de escritórios francês em Issy les Moulineaux, perto de Paris, França (Jean-Luc Ichard/Getty Images)
Redatora
Publicado em 18 de agosto de 2025 às 18h04.
Última atualização em 18 de agosto de 2025 às 19h56.
Durante quase duas décadas, Eduardo Noriega seguiu uma rotina típica de muitos profissionais de tecnologia: atuava como engenheiro de software na sede da Microsoft, em Washington, cumprindo metas e confiando na estabilidade do trabalho.
Mas, desde o início da sua trajetória na empresa, em 2008, uma dúvida o acompanhava: o que faria se fosse demitido?
Essa preocupação se tornou ainda maior quando, menos de um ano após sua contratação, a Microsoft anunciou a demissão de 5 mil colaboradores em meio à crise financeira global.
“Quando vi aquele corte, percebi que segurança no emprego não existe”, contou Noriega ao Business Insider. A partir dali, traçou um plano de construir uma alternativa fora do universo corporativo.
Em 2016 Noriega fundou a NTSprint, uma empresa de recrutamento que conecta engenheiros de software da América Latina a oportunidades remotas nos Estados Unidos e no Canadá.
Além de gerar receita, a empresa tem impacto social. Nascido em Cuba e com passagem pelo México, Noriega entende bem os desafios econômicos da região e criou a NTSprint com a missão de “quebrar o ciclo de pobreza” por meio da empregabilidade digital.
Para manter o negócio funcionando enquanto ainda era funcionário da Microsoft, Noriega estabeleceu uma rotina rigorosa. Após seu expediente, ele se dedicava à empresa das 20h à meia-noite durante a semana e investia até 8 horas nos fins de semana.
O esforço respeitava as regras da política de atividades paralelas da Microsoft: sem uso de recursos da empresa, sem concorrência e fora do horário comercial.
Em seus últimos meses no cargo, ele já debatia com a esposa a possibilidade de pedir demissão e se dedicar integralmente à NTSprint. O único obstáculo era ter a segurança de um salário fixo com benefícios.
“Eu nunca tive coragem de pedir demissão”, afirmou. “E então a Microsoft apresentou o corte. Para mim, foi como uma saída.”
Ao aplicar conceitos típicos de finanças corporativas à sua vida pessoal, Noriega conseguiu algo raro: foi demitido e não precisou buscar outro emprego.
Eduardo Noriega mostra que construir um plano financeiro estratégico, com foco em autonomia e múltiplas fontes de renda, é mais do que uma medida de precaução. É uma ferramenta concreta de empoderamento profissional.
Por isso, a EXAME, em parceria com a Saint Paul Escola de Negócios, lançou o Pré-MBA em Finanças Corporativas — um treinamento criado para quem quer dominar a lógica dos números e utilizá-la como diferencial na trajetória profissional, por R$37,00.