Claudia Morgental, diretora de RH da Medtronic no Brasil: “Flexibilidade e cuidado são os pilares do nosso sucesso” (Medtronic/Divulgação)
Repórter
Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 10h00.
Em um mercado cada vez mais competitivo, a Medtronic, empresa multinacional de tecnologias de saúde, tem se destacado não apenas pela inovação em equipamentos que estão ajudando a modernizar a medicina, como robôs cirúrgicos e bombas de insulina, mas também pelo cuidado com seus funcionários.
Para ajudar a atrair e reter talentos, a empresa que tem sede nos Estados Unidos implementou alguns benefícios que priorizam a saúde que é o principal foco da companhia, segundo Claudia Morgental, diretora de RH da Medtronic no Brasil. “Flexibilidade e cuidado são os pilares do nosso sucesso”, afirma Morgental.
Na Medtronic, a flexibilidade é um dos principais pilares. A empresa adota um modelo híbrido para a maioria dos funcionários administrativos, que trabalham até duas vezes por semana no escritório e três vezes em casa. Para posições globais, a flexibilidade é ainda maior, com cargos 100% remotos.
“Temos também a 'sexta-feira focada', onde estimulamos que não haja reuniões, e o 'short friday', que permite que nossos funcionários encerrem o expediente às 14h em três sextas do mês. Isso dá aos funcionários mais liberdade para adaptar suas agendas às demandas pessoais”, conta Morgental.
Outro benefício inovador é a política de quatro semanas de qualquer lugar, conhecida também como Work from anywhere. “Os funcionários podem trabalhar de outras cidades ou até países por até quatro semanas, conciliando desejos pessoais com a rotina profissional. Essa política tem sido bem-vista e muito utilizada”, afirma a executiva de RH. “Não estendemos o benefício por uma questão de legislação tributária”.
O funcionário Rodrigo Benvindo, analista de comunicação interna, já visitou 8 países e 22 cidades unindo o período de férias com o Work From Anywhere. Para ele, participar do programa foi uma prova da confiança da gestão em suas entregas. “Fui consciente de que estava indo a trabalho e não a passeio e muito focado em dar o meu melhor. Não queria perder o voto de confiança dos meus líderes. Por isso, mesmo com várias viagens e deslocamentos sempre me programava para ter um ambiente adequado para trabalhar”, conta Benvindo.
Durante a pandemia, a Medtronic identificou a importância de apoiar seus funcionários em momentos críticos. A política de “Family Care Level” oferece até seis semanas de licença remunerada em casos como adoção, luto ou cuidado com familiares em condições graves. “Essa iniciativa tem ajudado muito os funcionários a lidarem com questões pessoais sem prejuízo à remuneração ou à carreira”, conta Morgental.
A empresa também firmou parceria com a clínica “Vida Bem-Vinda”, oferecendo descontos de até 40% em procedimentos de fertilização. “Essa ação foi pensada para a comunidade LGBTQIA+, mas acabou sendo ampliada para todos os funcionários e teve uma aceitação surpreendentemente positiva”, afirma.
Transição de gênero também é pauta do RH da Medtronic. A empresa lançou neste ano uma política inovadora de apoio à transição de gênero, que oferece suporte psicológico contínuo e assistência do RH para auxiliar os funcionários durante todo o processo de transição, garantindo um ambiente acolhedor e respeitoso.
“O objetivo é assegurar que os funcionários se sintam apoiados e respeitados enquanto vivem essa importante etapa de suas vidas, sem que isso interfira na sua trajetória profissional”, diz a empresa.
Com uma abordagem que valoriza a interseccionalidade, a Medtronic implementou políticas inclusivas, como o apoio à transição de gênero. “Oferecemos suporte psicológico e organizacional para funcionários em transição, reforçando nosso compromisso com o bem-estar e a inclusão”, diz.
Além disso, a empresa promove ações voltadas para grupos específicos. “O nosso grupo ADN, voltado para afrodescendentes, liderou a criação de cartilhas educacionais e desenvolveu um programa de treinamento para pessoas negras que já está na segunda edição”, conta a executiva de RH, que compartilha também a criação do grupo ABLE, focado em pessoas com deficiência. O grupo lançou materiais para conscientização sobre vocabulário inclusivo no ambiente de trabalho.
A Medtronic acredita que o desenvolvimento profissional é essencial para a retenção de talentos. Por isso, oferece subsídios de até 7.500 dólares para cursos de curta duração, graduação e pós-graduação. “O funcionário precisa ter pelo menos três meses de casa, estar alinhado com o orçamento do time e demonstrar conexão do curso com seu desenvolvimento profissional”, afirma Morgental.
“O aprendizado contínuo é uma forma de reconhecer nossos funcionários e mantê-los alinhados às novas demandas do setor”, afirma.
As práticas da Medtronic têm impactado diretamente nos índices de satisfação e retenção. O índice de orgulho organizacional está em 97% e o tempo médio de permanência dos nossos funcionários aumentou para 6,3 anos e o turnover voluntário caiu 2 pontos percentuais.
“Nosso objetivo é proporcionar carreiras significativas, alinhadas ao cuidado com o bem-estar dos funcionários. Esse é o caminho para atingir nossos objetivos organizacionais e impactar positivamente a sociedade”, diz a executiva.
Fundada em 1949 em Minneapolis, Minnesota, a Medtronic nasceu como uma pequena oficina de reparo de equipamentos médicos. A ideia inicial veio de Earl Bakken, um jovem engenheiro elétrico, e seu cunhado, Palmer Hermundslie, que se uniram para atender a demanda crescente por manutenção de dispositivos hospitalares.
O marco que transformou a empresa aconteceu em 1957, quando Bakken desenvolveu o primeiro marcapasso externo portátil alimentado por bateria. Esse avanço revolucionário não apenas salvou inúmeras vidas, mas também estabeleceu a Medtronic como pioneira na indústria de dispositivos médicos.
Desde então, a empresa expandiu sua atuação de forma exponencial. Hoje, a Medtronic opera em mais de 150 países, com uma gama de produtos que abrange desde marcapassos até sistemas avançados para cirurgia robótica.
No último ano a companhia fechou o faturamento global em US$ 31 bilhões e investiu US$ 2.7 bilhões em R&D (Research and Development). Por motivo de política global, a empresa não abre dados do Brasil.