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Ano novo, velhos desafios de reter os talentos nas empresas

Pesquisa com executivos de recursos humanos revela que a prioridade do RH ainda é segurar pessoas

Ano novo, velhos desafios (ilustração: Pedro Hamdan)

Ano novo, velhos desafios (ilustração: Pedro Hamdan)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 18h19.

São Paulo - Num cenário de aquecimento, os profissionais de RH não estão dando conta de segurar seus funcionários e o desafio — assim como em anos anteriores — é criar alternativas para conter uma fuga desenfreada de pessoas. A preocupação é justificada.

Pesquisa exclusiva da empresa de recrutamento Robert Half com 165 executivos de recursos humanos revelou que o principal problema da área no ano passado foi a perda de profissionais.

Logo, mais de 47% dos respondentes disseram que em 2012 concentrarão suas forças em estratégias de retenção. “Os três grandes problemas do RH estão na contratação, na retenção e na qualificação. E essa agenda não deve mudar na próxima década”, diz Fernando Mantovani, diretor da Robert Half.

Para Mantovani, os desafios da área são consequência de uma sucessão de crescimentos, que devem continuar com os dois grandes eventos que o país vai receber — Copa do Mundo e Olímpiada — e com a exploração do pré-sal e da energia eólica.

“Imagine quando entrarem em vigor as concessões dos aeroportos, por exemplo? De onde você vai tirar gente?”, questiona, lembrando que a maior parte dos investimentos brasileiros está destinada à infraestrutura, o que significa planejamento de longo prazo e alguns anos de sufoco para o RH. Afinal, a necessidade de encontrar gente promete ser maior, a qualificação vai ficando cada vez mais a desejar e a tentação de mudar de emprego cresce, aumentando o vácuo de pessoas nas organizações.

Hoje, segundo a pesquisa da Robert Half, que numa segunda etapa ouviu 1 400 profissionais, mais da metade aceitaria sem titubear uma proposta para trabalhar num concorrente direto. Quando questionados se mudariam para uma empresa do mesmo setor que não fosse concorrente, a aceitação foi maior ainda: 73% migrariam. Ainda de acordo com a pesquisa, mais de 37% tiveram contato nos últimos 12 meses com headhunters e foram entrevistados pelo consultor e pelo cliente. Cerca de 10% chegaram a mudar de emprego.

Cientes de que seus profissionais estão prontos para bater asas a qualquer momento, o RH tenta se armar. Entre os instrumentos mais citados pelos profissionais para se precaver do assédio do mercado está o foco em desenvolvimento profissional, seguido de aumento de salário e promoções — já que, na visão do RH, a falta de perspectiva na carreira e o pacote de remuneração são os principais responsáveis pela fuga de seus empregados. E eles estão certos.

Segundo os profissionais ouvidos pela pesquisa, a falta de oportunidade de crescimento ficou à frente de salário, por exemplo, na lista de itens que mais os incomodam no atual emprego. O pacote de benefícios, a forma de pensar dos dirigentes e a sobrecarga de trabalho são outros fatores apontados no ranking de queixas.

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