Estudo mostra que as taxas de mentira aumentam nas cartas de apresentação e atingem o pico durante as entrevistas de emprego (Divulgação: Narisara Nami)
Repórter
Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 07h07.
Você já mentiu em seu currículo ou em uma entrevista de emprego? Segundo pesquisa realizada nos EUA pela ResumeLab, em agosto deste ano, uma taxa elevada de candidatos está mentindo durante o processo seletivo.
A pesquisa foi feita com 1.914 participantes do Job Applicant Behavior Survey e descobriu que a maioria dos trabalhadores (70%) mentiram em seus currículos, 76% já mentiram em suas cartas de apresentação e 80% já mentiram durante uma entrevista de emprego
A taxa é muito alta de pessoas que mentem no processo seletivo, afirma Rodrigo Vianna, CEO da Mappit e co-fundador do Talenses Group, empresas de recrutamento e seleção, que reforça que essa realidade não é muito diferente no Brasil.
“Ainda não vi pesquisas sobre esse tema no Brasil, mas após 20 anos em salas de entrevistas, tenho a sensação de que esse número de pessoas que mentem no processo seletivo é alto no país também, mas o nosso papel é sempre de orientar o candidato a não seguir dessa forma.”
O estudo mostra que as taxas de mentira aumentam nas cartas de apresentação e atingem o pico durante as entrevistas de emprego. Entre as principais mentiras contadas nos currículos estão:
As pessoas mentem não só porque querem a vaga, mas porque querem a oportunidade de serem entrevistados, diz Vianna.
“O risco natural é você acabar caindo na entrevista com aquilo que você escreveu e não cumpriu. Ao longo da conversa um recrutador experiente consegue puxar essas informações. Isso pode prejudicar a credibilidade, o que no mercado é importante, porque os RHs se falam. As empresas pedem referências de candidatas(os) e isso pode gerar um ruído.”
O mais importante em um processo seletivo, segundo Vianna, é colocar no currículo aquilo que você fez e as informações, sem o risco de errar. Por exemplo, números e dados, linha do tempo bem construída, informações sobre as empresas que trabalhou, projetos conduzidos e ciclos fechados. “Não é ruim falar de algo mais pessoal ou fora do ambiente, como trabalho voluntário e hobbies. Isso ajuda, como um quebra gelo de entrevista.”
Para ajudar tanto candidatos quanto recrutadores a se prepararem para as oportunidades de emprego em 2024, Vianna compartilha algumas sugestões: