Expediente de "Bob" estava mais para diversão do que para trabalho propriamente dito (Sean Gallup / Getty Images)
Talita Abrantes
Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 15h28.
São Paulo – Que tal passar o dia vendo vídeos do YouTube ou procurando ofertas pela internet enquanto chineses, do outro lado do mundo, realizam suas tarefas profissionais por um salário muito menor do que aquele que chega todo mês na sua conta bancária?
Pois esta foi a rotina de um desenvolvedor de software americano durante cerca de seis meses, segundo estudo divulgado pela Verizon esta semana.
De acordo com o relatório, o americano de cerca de 40 anos contratou uma consultoria de desenvolvimento de software localizada na cidade de Shenyang, no nordeste da China, para fazer o trabalho que era responsabilidade dele.
Sim, isso mesmo. “Bob”, como foi chamado no relatório, terceirizou, durante seis meses, cada uma das tarefas diárias que deveriam preencher o expediente dele.
No lugar de cumprir suas obrigações diárias, “Bob” passava o dia navegando pela internet. Um dia típico do desenvolvedor americano incluía manhãs no site de compartilhamento de links Reddit, muitos vídeos de gatos e compras no eBay, no período da tarde. Além é claro de horas no Facebook e LinkedIn.
Avaliado como o melhor desenvolvedor de softwares da companhia (cujo nome não é citado no relatório), “Bob” recebia um salário de “centenas” de milhares de dólares por ano. Para os chineses, pagava apenas 50 mil dólares anualmente.
Descoberta
A empresa descobriu esta rotina após perceber atividades diárias oriundas da China em sua rede privada virtual (VPN, na sigla em inglês). Segundo a Verizon, que investigou o caso, Bob liberou o acesso virtual ao seu computador para os chineses. A senha foi enviada via FedEX para burlar a autenticação da companhia.
O caso aconteceu no ano passado, mas só foi divulgado esta semana. No relatório, a Verizon não conta o que aconteceu com o desenvolvedor após a descoberta.