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Empresas ajudam os funcionários a lidar com o Leão

Preocupadas com a imagem e o rendimento de seus profissionais, empresas contratam consultorias para tirar dúvidas sobre o Imposto de Renda


	Algumas empresas estão montando consultorias e buscando formas de auxiliar os funcionários na declaração do Imposto de Renda
 (Christof Koepsel/Getty Images)

Algumas empresas estão montando consultorias e buscando formas de auxiliar os funcionários na declaração do Imposto de Renda (Christof Koepsel/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2013 às 16h45.

São Paulo - No ano passado, de um total de 25,24 milhões de pessoas que fizeram a declaração do Imposto de Renda (IR), mais de 616 500 caíram na malha fina da Receita Federal.

Os motivos vão de má-fé a falta de esclarecimento na hora de preencher o formulário, que só existe na versão eletrônica. O fato é que essa é uma das obrigações tributárias que mais geram dúvidas na cabeça da maioria dos brasileiros. 

Pensando nisso, as empresas estão montando estrutura específica para ajudar seus funcionários nessa empreitada, como colocar a área tributária à disposição do pessoal durante o prazo de entrega do Imposto de Renda, realizar workshop ou contratar consultoria especializada no assunto.

"Os serviços de educação financeira e tributária para os empregados estão mais na mira das empresas. A facilidade de contratação e a possibilidade de atender o funcionário durante o horário de trabalho contribuem para a decisão", diz Carolina Mazza Wanderley, consultora sênior da Mercer, empresa de consultoria de São Paulo, que atendeu no ano passado os funcionários de cinco multinacionais de diferentes setores com foco no apoio à declaração do IR. 

Um exemplo disso é a companhia aérea TAM, que começou em 2012 a oferecer, com suporte de uma empresa especializada, orientação a seus 29.000 profissionais na hora do expediente para preencher a declaração.

O serviço foi aplicado, a princípio, em alguns escritórios de Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo — onde fica a maioria dos funcionários. "Neste ano, iremos ampliar esse serviço, inclusive de forma remota, por telefone", afirma Jefferson Cestari, diretor de remuneração, operações de RH e relações sindicais da TAM. 

Ganho profissional

A preocupação com a imagem e com o rendimento profissional dos empregados é a principal razão que leva as empresas a investir no apoio tributário.


Somente no ano passado, a Ernst Young & Terco, uma das quatro maiores consultorias contábil e tributária do mundo, ofereceu o serviço de esclarecimento do IR para 259 empresas no estado de São Paulo, 150 no Rio de Janeiro e 30 na região Sul, nos setores de bens de consumo, financeiro, construção, engenharia, farmacêutico, siderurgia e metalurgia.

Cerca de 6.500 profissionais, incluindo expatriados, devem receber apoio da consultoria para preencher o IR este ano. 

De acordo com Oliver Kamakura, gerente sênior de capital humano da Ernst Young, o modelo de remuneração mudou nos últimos anos e foi um dos responsáveis pela decisão das empresas de auxiliar os funcionários com o Leão.

"Há companhias que pagam parte do salário com ações negociadas na bolsa. Elas precisam orientar como essa parte da remuneração deve ser declarada", diz Oliver. No caso de pessoas que trabalham no exterior, as empresas devem ter um cuidado especial. "Os impostos incidem sobre a remuneração recebida lá fora."

Malha fina

Tanto nessas situações específicas quanto no geral, Carlos Lima, consultor da Cenofisco, empresa paulista especializada em tributos, sugere que as companhias coloquem também em um mural informações gerais sobre a declaração do IR, como datas de entrega, orientações básicas e cuidados a serem tomados no preenchimento.

"É importante, ainda, que a pessoa cheque periodicamente no site da Receita, após a entrega da declaração, se houve algum equívoco que possa corrigir a tempo e não cair na malha fina", diz Carlos. Mas é preciso ficar de olho, porque as empresas também erram.

"Frequentemente, elas deixam de incluir nas informações do plano de previdência o CNPJ e a razão social da seguradora", afirma Meire Poza, gestora da Arbor Contábil, consultoria de São Paulo. 

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