Carreira

Deslumbrados com cargos corporativos vivem na ilusão

Cuidado para não substituir os amigos e os colegas de trabalho pelos pequenos mimos corporativos à medida que cresce na carreira

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2013 às 12h18.

São Paulo - Dia destes, reunida com amigos, testemunhei o seguinte diálogo entre duas colegas presentes ao jantar: — E fulana, tem falado com ela? Ao que a outra respondeu: — Não. Desde que ela foi promovida, nunca mais atendeu a meus telefonemas.

Fiquei pensando sobre a rapidez com a qual as pequenas conquistas sobem à cabeça de alguns profissionais. Ao mesmo tempo, me lembrei  de alguns dos executivos importantes com quem já tive o privilégio de interagir e de algumas características comuns que os fazem diferenciados e aplaudidos.

Entre essas características estão a simplicidade, a facilidade de acesso, a elegância e a delicadeza no trato com qualquer funcionário, fornecedor ou cliente. São pessoas que se afastam de seus cargos quando se aposentam e seguem levando uma vida ativa e rica – geralmente cercadas de amigos que fizeram ao longo da trajetória.

Já a turma da sobreloja, os deslumbrados com os cargos, começa a crescer na carreira com a ilusão de que a importância é deles, e não dos postos que eventualmente ocupam. E seguem pela vida corporativa com essa postura equivocada. É de vital importância que estejamos atentos à postura à medida que formos galgando degraus e subindo na carreira.

1. Lembre-se de que a importância pertence ao cargo, e não a você. Com sabedoria você vai conseguir ser lembrado como alguém diferenciado que ocupou esse cargo.

2. Esteja disponível para os outros: atenda a seus telefonemas, almoce com os velhos amigos de vez em quando, interaja com seu time. Quem começa a se trancar em uma torre de isolamento termina a carreira na mais profunda solidão.

3. Cultive a humildade. Os profissionais inteligentes e bem-sucedidos sabem que esse é um atributo importante e mantém os pés bem rentes ao chão.

A vida é avenida de mão dupla e as atitudes de terceiros para conosco dependem grandemente do nosso tratamento em relação a eles. Está em suas mãos trabalhar seu comportamento e colaborar para que os outros construam uma imagem positiva a seu respeito.

 Também está em suas mãos trabalhar sua cabeça e o comportamento para que sua aposentadoria seja sinônimo de alegria, de realização pessoal — nada como subir do térreo à cobertura com sabedoria. No dia em que o caminho inverso tiver de ser feito, ele há de ser suave e agradável. 

Célia Leão escreve sobre etiqueta corporativa. É autora de Boas Maneiras de A a Z e consultora de etiqueta empresarial.

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