entrevista (foto/Thinkstock)
Camila Pati
Publicado em 24 de março de 2019 às 06h00.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 11h56.
São Paulo – Entre 80% e 90% da primeira impressão que uma pessoa faz de outra tem base nas respostas que ela, instintivamente, dá a duas questões:
1. Posso confiar nesta pessoa?
2. Posso respeitar as capacidades desta pessoa?
A conclusão da psicóloga da Harvard Business School, Amy Cuddy - e de pesquisadores que a acompanham nessa jornada de dez anos pesquisa sobre primeiras impressões - foi apresentada recentemente em artigo escrito por Travis Bradberry, no LinkedIn.
“Subconscientemente, você e as pessoas que você conhece estão se perguntando: ‘posso confiar que essa pessoa tem boas intenções comigo?’e ‘essa pessoa é capaz?’”, escreve ele.
Embora muitos tendam a colocar na competência no topo da hierarquia de valores e virtudes, a pesquisa de Harvard indica que a confiança tem mais peso. É que para a competência ser percebida em um profissional é preciso, primeiro, que ele se prove confiável, certo?
No ambiente de trabalho, a confiabilidade é percebida pelo que chamamos de profissionalismo. Em entrevista a EXAME, o consultor Eduardo Ferraz conta que gosta de uma definição do termo ouvida uma vez em uma palestra: “profissionalismo é fazer bem feito o que precisa ser feito, sem ninguém olha, sem ninguém mandar.
A colunista de EXAME, Sofia Esteves afirma que a confiança é a base de qualquer relacionamento. “Falar sobre a importância da confiança nos relacionamentos pode até parecer papo de guru de autoajuda. Porém, acredite, isso também é muito importante no campo do relacionamento corporativo”, escreveu.
No texto do LinkedIn, Bradberry explica que reconhecer a preponderância da confiabilidade sobre a competência é um dos primeiros pontos para controlar, na medida do possível, a primeira impressão que você deixa nas pessoas
Entre as dicas que o especialista em inteligência emocional compartilha, deixar o interlocutor falar primeiro é a primeira delas. Tomar a frente da conversa, segundo ele não ajuda a construir confiança, já que as pessoas querem se sentir compreendidas.
Prestar atenção na sua linguagem corporal e arrumar tempo para conversar sobre amenidades são outras duas boas táticas para conquistar e influenciar pessoas. Ele também indica praticar a escuta ativa, em que sua atenção está realmente dedicada ao que a pessoa está dizendo, não só em busca de uma pausa para colocar sua própria opinião. Você realmente escuta o que as pessoas têm a dizer ou está sempre só esperando a sua vez de falar? E por fim, quando estiver com alguém, por gentileza, não dê ostensivamente atenção às notificações que chegam incessantemente.