Leituras que valem por um diploma (Thinkstock/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2015 às 16h00.
Sou um daqueles camaradas aficionados pela história das expressões. O genial Marcelo Duarte, com o "Guia dos Curiosos da Língua Portuguesa", deixa-nos importantes registros etimológicos. Vejamos alguns:
Segundo o jornalista Eduardo Martins, autor do Manual de Redação e Estilo de O Estado de S. Paulo, a expressão surgiu no Palmeiras, na década de 1950. Um dia, após uma grande e calorosa discussão entre os diretores do clube, todos foram a uma pizzaria, deixando as desavenças para trás.
Quando comentou a rapidez com que se redigia o Código Civil Brasileiro, o jurista Rui Barbosa (1849-1923) usou essa expressão. Depois, no famoso discurso que fez em Haia, na Holanda, Rui Barbosa acrescentou que “a pressa é também a mãe do tumulto e do erro”.
“Toa” vem do inglês “tow”, que é a corda usada por um barco para rebocar outro. Quando os grandes navios se aproximam do porto, eles são conduzidos por um barquinho pequeno, cujo rabo de reboque recebe o nome de “toa”.
Por isso, enquanto são puxados pela toa, os marinheiros do barco maior ficam sem fazer nada. À toa é algo feito sem esforço, é algo sem importância. Os portugueses, afeitos às grandes navegações, resolveram dar um sentido figurado a esse procedimento marítimo, e já faziam isso desde o século XVII.
Acrescento que, na maior parte da história ortográfica de nossa Língua, a expressão “à toa” possuiu uso de hífen, quando se enquadrava como adjetivo. Com o Novo Acordo Ortográfico, sendo adjetivo ou advérbio não há mais tal hífen: à toa. Exemplos:
“Aquele sujeito é um à toa.” (adjetivo, caracterização do sujeito)
“Quando estava à toa, o sujeito cantarolava.” (advérbio, modificação do verbo)
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