Carreira

A opção de empreender

As escolas ainda formam para o emprego

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2013 às 13h36.

São Paulo - Chama a atenção dos educadores o grande número de jovens que, ao concluir o curso universitário, manifestam o desejo de montar um negócio próprio. O fenômeno não se explica apenas pelo fato de a Geração Y, que já nasce digitalizada, pretender montar uma empresa 2.0, inspirando-se nos exemplos de Google e Facebook.

O que vem acontecendo é que, mesmo com uma economia em expansão como a brasileira, a nova geração tem a noção clara de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não vai abrir empregos em número suficiente para recebê-la confortavelmente.

Hoje, a chamada elasticidade do emprego, que é a relação entre o crescimento do emprego e o crescimento do PIB, diminui sensivelmente em função de novas tecnologias de fabricação e de informação.

A educação convencional continua direcionando as pessoas para o emprego, mas a nova geração está focada em ter trabalho, o que significa, às vezes, abrir um negócio. A discussão, portanto, é sobre quais são as características fundamentais que o jovem profissional precisa ter para ser um empreendedor.

O empresário, diferente do executivo, tem foco na perenidade. Sua dimensão de tempo é infinita, pois está sempre pensando num projeto de vida. A criatividade empreendedora, como conceitua Edgar Schein, significa “uma necessidade premente de criar o próprio negócio e construir novas organizações” e um desejo de “não depender de ninguém”.

Olhando esse conceito, podemos entender a postura crítica de uma geração que viu organizações tratarem seus colaboradores de forma por vezes inadequada, fazendo cortes indevidos no primeiro sinal de crise, fugindo da meritocracia para ficar instaladas numa pasteurizada política salarial que paga o mesmo para competentes e incompetentes.

A formação de um futuro empreendedor começa cedo, suas características afloram ainda no curso superior e a tarefa de educadores e pais é incentivá-los, pois eles serão os responsáveis pelo crescimento do país nos próximos anos. O ensino do empreendedorismo é uma tarefa singular e exige um novo paradigma para a educação. Mas é importante ressaltar: o tempo é curto.

Luiz Carlos Cabrera é professor da Eaesp-FGV, diretor da PMC Consultores e membro da Amrop Hever Group

Acompanhe tudo sobre:Edição 138[]

Mais de Carreira

Home office sem fronteiras: o segredo da Libbs para manter o trabalho remoto sem parar de crescer

Escala 6x1: veja quais setores mais usam esse modelo de trabalho, segundo pesquisa

Como preparar um mapa mental para entrevistas de emprego?

Para quem trabalha nesses 3 setores, o ChatGPT é quase obrigatório, diz pai da OpenAI, Sam Altman