Alex Carreteiro, CEO da Pepsico Brasil e Cone Sul Alimentos: “Eu decidi muito cedo que queria uma vida global. Sempre com o coração brasileiro, mas com o mundo como sala de aula” (Pepsico/Divulgação)
Repórter
Publicado em 26 de novembro de 2025 às 17h47.
“A nossa atitude define a nossa altitude," diz Alex Carreteiro, CEO da Pepsico Brasil e Cone Sul Alimentos. A frase se repete como mantra na rotina do executivo, que lembra sempre do ensinamento da mãe psicóloga sobre respeitar a todos, independente do cargo, para alcançar o verdadeiro sucesso – e respeito.
Aos 10 anos, Carreteiro deixou a Barra da Tijuca para viver com os pais em um quarto e sala em Chinatown, em Paris. Não falava francês, mudava de escola a cada poucos meses e convivia com refugiados do Mali, Burkina Faso, Argélia e Mongólia. A adaptação foi dura — e decisiva.
“Ali eu aprendi a escutar. Quando você está cercado de culturas tão diferentes, precisa ouvir para entender o outro”, diz.
Anos depois, essa capacidade se tornaria uma das marcas registradas do executivo que hoje comanda uma das maiores operações da PepsiCo no mundo, liderando 12 mil pessoas no Brasil e quatro países no Cone Sul. Mas sua trajetória até o topo combina mais elementos: resiliência do esporte, coragem para viver fora e um compromisso profundo com ética e pessoas.
Veja a entrevista completa sobre carreira e negócios com Alex Carreteiro, CEO da Pepsico Brasil e Cone Sul Alimentos:
A vivência na França foi o primeiro choque de realidade. O que parece “glamour internacional” nas redes sociais do século XXI, para Alex veio na forma de vulnerabilidade — e crescimento.
“Morei quatro anos em 17 metros quadrados, sem falar o idioma. As pessoas achavam incrível, mas eu sempre dizia: ‘O seu banheiro deve ser maior que o meu apartamento’.”
Depois de mudar de escola mais de cinco vezes e de turma dez vezes, o que ficou foi a certeza de que viver o mundo ampliava horizontes.
“Eu decidi muito cedo que queria uma vida global. Sempre com o coração brasileiro, mas com o mundo como sala de aula", diz.
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O executivo é categórico ao definir o que considera essencial. “Um líder precisa ser acessível. Precisa estar no campo, nas fábricas, nas rotas, com os clientes. É ali que as coisas acontecem.”
Para Alex, gestão de divide em dois desafios: “Todos os dias vivemos a tensão entre performar e transformar”, diz. “Meu lema é simples: feito é melhor que perfeito. De dez decisões, se acertarmos sete e aprendermos com as outras três, já somos mais rápidos que a concorrência.”