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À mesa ou na mesa, quando usar? Professor de português explica

"Que você celebre na mesa o ano que chega", consegue identificar qual o erro desta frase? O professor de português Diogo Arrais ensina quando usar corretamente o "à mesa" ou "na mesa"

Mesa posta: dicas e exemplos de decoração e organização. (Viva Decora/Divulgação)

Mesa posta: dicas e exemplos de decoração e organização. (Viva Decora/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 17h44.

Primeira coluna de 2023, caro leitor! À mesa, espero que sua celebração tenha sido alegre e de muitas bênçãos. Quanto à minha, fiquei atento ao uso da língua portuguesa nos mais diversos veículos de comunicação.

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Inúmeras mensagens vinham com “na mesa”: “... que você celebre na mesa o ano que chega.” Bem, há uma diferença grande entre “à mesa” e “na mesa”.

Explico: “à mesa” remete ao contíguo, vizinho, próximo. De outra forma, “na mesa” significa estar sobre o móvel. Ah! Sim, deixei belas taças na mesa, para que os amigos pudessem ficar... à vontade.

As importantes palavras “em” e “a” são preposições, ou seja, termos invariáveis que servem para estabelecer as relações entre duas palavras; ligam e são fundamentais à obtenção do sentido pretendido. Afinal de contas, quem está “na” festa foi convidado para estar “contra” o baixo-astral.

Nota festiva: baixo-astral, com hífen, indica ambiente, situação, coisa ou lugar deprimente, lúgubre, que provoca melancolia, sensações ruins, que entristece. O estado sombrio, triste, é baixo-astral.

Quanto ao plural, é preciso ter cuidado: baixos-astrais é o plural para o substantivo; baixo-astrais para adjetivo. Assim recomendam a Academia Brasileira de Letras e o Houaiss. Com toda a atenção às classes de palavras, o que lhe desejo é o alto-astral.

Voltando às preposições, há ainda o par: à janela; na janela. O raciocínio é o mesmo da “mesa”: a preposição “a” dá a semântica de contiguidade, mas a preposição “em” garante “dentro de”, “introduzido em”, “sobre” e algumas outras possibilidades.

Um novo ano, com uma redação admirável, depende de disposição para pesquisa, revisão textual e leitura.

Para essa recomendação literária, sigo o importante historiador Leandro Karnal: “Leia três contos muitos bons para começar bem o ano: A Cartomante (Machado de Assis); O homem que sabia javanês (Lima Barreto); Viagem aos Seios de Duília (Aníbal Machado).”

Que 2023 seja o mais ortográfico do nosso viver!

Um grande abraço, até a próxima e inscreva-se no meu canal!

DIOGO ARRAIS
http://www.ETIMO.com.br
YouTube: MesmaLíngua
Professor de Língua Portuguesa

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