Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2013 às 16h48.
São Paulo - Sua empresa decide investir em você — por ser alguém com alto potencial ou já ser um líder — e o convida a fazer um coaching, cujo propósito é o desenvolvimento de competências profissionais. Mas, ao iniciar o processo, você percebe que as perguntas do coach o levam para questões pessoais, que não o deixam à vontade.
O que fazer? Em que medida um profissional pode "se abrir" para falar de problemas particulares? No coaching executivo há, ao menos, dois momentos nos quais lida-se com questões pessoais: no início, quando é feita a coleta de dados para esclarecer a situação atual, e após a definição do plano de ação, quando a pessoa demonstra alguma dificuldade para transpor um obstáculo, mas não há nenhum fator profissional que a impeça.
O que se procura descobrir é o que está tirando o foco do indivíduo: um relacionamento ou uma dívida, por exemplo. Quando o coach faz perguntas pessoais, não significa intromissão. É para ter foco nas questões profissionais que devemos aprender a lidar com problemas pessoais.
Se não houver empatia e confiança para falar sobre o que, de fato, o incomoda, é recomendada a interrupção do processo. Existem três situações comuns em que isso acontece:
1) o gestor que contratou o processo para seu liderado desconhece que não pode ter acesso ao conteúdo das reuniões, o que intimida o funcionário;
2) o coach é um profissional de dentro da empresa, o que gera conflito de interesses. Além disso, alguns executivos se tornam coach por imposição da companhia, mas não o desejam ser. E, por falta de rigor metodológico, acabam desrespeitando os limites;
3) o coach não é formado, ou tem formação deficiente. Infelizmente, tem gente que se autointitula coach sem nunca ter estudado e se preparado para isso. A falta de metodologia e de um código de ética compromete a confiança.
Se você deseja submeter-se a um coaching, é fundamental que se sinta seguro para se abrir. Se isso não ocorrer, solicite outro coach ou interrompa o processo. Cheque sempre as credenciais do profissional que prestará o serviço. O coaching tem como propósito melhorar a vida em todas as suas esferas.
Silvio Celestino é sócio da Alliance Coaching, empresa especializada em coaching executivo e pessoal. *Excepcionalmente, o colunista Luiz Carlos Cabrera não escreveu nesta edição