Alex Parenti, diretor comercial Neon Cuidadores
Redatora
Publicado em 11 de novembro de 2025 às 17h02.
Alex Parenti se formou em publicidade e seguiu o caminho clássico de muitos profissionais de comunicação da época ao ingressar em grandes editoras, gráfica, fazer produção editorial e atendimento a clientes exigentes.
Quinze anos atrás, porém, esse mercado começou a mudar. A pressão por custos apertou, as equipes foram trocadas por profissionais menos experientes e o atendimento ficou mais genérico.
O preço passou a falar mais alto do que a qualidade. Foi nesse cenário que Alex decidiu sair do setor gráfico e olhar para outro lugar, um mercado em expansão silenciosa no Brasil: o de cuidados para idosos.
A virada veio em casa. A esposa, enfermeira formada em uma das principais escolas de saúde de São Paulo, trazia o conhecimento técnico e ele, a experiência em atendimento, relacionamento e visão comercial.
Da soma dessas duas trajetórias nasceu a Neon Cuidadores, empresa especializada em assistência a adolescentes, adultos e idosos, em hospitais e residências.
Hoje, com mais de uma década de atuação, a Neon Cuidadores compete em um mercado que explodiu em número de empresas. E é justamente agora, em um momento de amadurecimento do negócio, que Alex decidiu dar outro salto, desta vez com inteligência artificial.
O primeiro contato de Alex com a EXAME | Saint Paul veio há cerca de um ano e meio, por e-mail, com a apresentação do Pré-MBA em Inteligência Artificial. Em paralelo, o mercado começava a repetir um mantra: IA não é mais futuro distante, é ferramenta de trabalho do presente.
Para um empresário da área de saúde, cujo serviço é profundamente humanizado, a decisão de se aproximar da IA não é trivial. Mas Alex enxergou oportunidade, não ameaça.
Seu objetivo é usar inteligência artificial para ganhar agilidade no atendimento, melhorar a prospecção de clientes e, em um segundo momento, desenvolver aplicativos que contribuam para a qualidade de vida dos pacientes.
Ele sabe, porém, que tecnologia sozinha não resolve. A experiência acumulada no atendimento editorial, na relação com clientes e no dia a dia com famílias e pacientes vira, agora, insumo para fazer boas perguntas às ferramentas de IA, interpretar respostas e transformar tudo isso em processos mais eficientes.
Ao ingressar no treinamento da EXAME | Saint Paul, Alex levou uma preocupação típica de muitos profissionais com carreira consolidada: será que o conteúdo seria técnico demais?
A resposta veio nas primeiras aulas. Os professores, conta ele, conseguem traduzir conceitos complexos em uma linguagem acessível, sem perder profundidade.
Para quem não é do mundo da programação, esse é um ponto decisivo de entender para que serve, como usar e onde a IA pode fazer diferença, sem precisar “falar código”.
Alex faz questão de ressaltar que preferiria aulas presenciais, pela troca direta com colegas e professores – uma preferência geracional legítima.
Mas, mesmo no formato online, vê valor claro na construção de repertório em que cada módulo amplia a visão sobre IA aplicada a negócios, abre novas possibilidades para sua empresa e ajuda a separar hype de uso real.
Entre as ferramentas que ele passou a utilizar com mais frequência está o próprio ChatGPT, hoje parte do seu dia a dia. Outras soluções ainda estão em fase de teste: Alex acompanha, compara, avalia o que faz sentido para o segmento de cuidadores e o que ainda não se encaixa.
O ponto central, para ele, é entender que a IA não substitui o conhecimento acumulado – ela potencializa. A vivência com clientes, a leitura de contexto, a empatia com famílias, tudo isso entra como base para orientar a tecnologia. Sem esse repertório, a ferramenta perde precisão e relevância.
Alex Parenti, diretor comercial Neon Cuidadores
Alex traz um paralelo com a própria experiência na área gráfica, marcada por sucessivas revoluções tecnológicas.
Para ele, a questão não é “a tecnologia tira empregos”, e sim “você acompanha ou não a evolução?”. Ficar parado, nesse contexto, é a escolha mais arriscada.
Ao se aproximar da inteligência artificial por meio de um curso estruturado, ele evita o uso superficial e improvisado das ferramentas.
Em vez de apenas “brincar” com IA, Alex busca entender fundamentos, aplicações práticas, limites éticos e oportunidades de negócio.
Para quem está em cargos de liderança, empreendendo ou planejando uma transição de carreira, o recado é que não basta saber que a IA existe; é preciso saber como integrá-la ao seu trabalho de forma estratégica.
Ainda no módulo um do Pré-MBA em Inteligência Artificial da EXAME | Saint Paul, Alex já mapeia caminhos para aplicar o que está aprendendo: automatizar etapas da prospecção de clientes, organizar informações de pacientes com mais agilidade, criar soluções digitais que conectem equipe, famílias e cuidadores com mais eficiência.
Nada disso substitui a presença humana ao lado do paciente, mas pode liberar tempo da equipe para aquilo que nenhuma máquina entrega: escuta qualificada, empatia, cuidado.
A inteligência artificial não é um produto de prateleira que se “instala” na empresa. Ela é um conjunto de ferramentas que só ganha potência quando encontra profissionais dispostos a estudar, testar e reinventar a própria forma de trabalhar.
Foi isso que um publicitário formado nos anos 80, hoje à frente de uma empresa de cuidadores, decidiu fazer. E é exatamente essa mudança de chave, da preocupação com o futuro para a ação concreta no presente, que separa quem vai liderar a próxima fase do mercado de quem vai apenas assistir de longe.