mulher escrevendo (MorgueFile)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2014 às 16h18.
Neste período de corrida eleitoral (época justamente de intenso discurso à Educação), um dos candidatos à Presidência da República resolver adotar a seguinte frase-mestre, nas suas mídias:
“A FORÇA QUE O BRASIL PRECISA!”
Como se sabe, um dos estudos gramaticais mais importantes é a relação regencial de nomes e verbos. O verbo “precisar”, por exemplo, é transitivo indireto e exige a preposição “de”.
Assim sendo, normativamente é a força... A força DE que o Brasil precisa.
Em se tratando de regentes e pronomes relativos, o primeiro passo está exatamente na identificação do nome ou verbo que comanda. Quando houver a exigência da preposição, tal termo deve aparecer antes do pronome relativo em questão.
Ademais, vamos supor que o candidato resolva alterar o verbo em discussão neste texto: no lugar do verbo “precisar”, aparecesse o verbo “acreditar”.
Em sentido estrito, há ainda a dependência do verbo “acreditar” em relação à preposição EM. Colocando-a antes do pronome relativo, temos:
“A FORÇA EM QUE O BRASIL ACREDITA!”
Como gramaticalmente existe uma mesma relação semântica (relativo ao significado) entre os relativos “que” e “o(s) qual”, “a(s) qual”, é talvez mais eufônica construção como:
“A FORÇA NA QUAL O BRASIL ACREDITA!”
De qualquer forma, um país que pensa em valorizar a Educação deveria também perpetuar a importância da Língua Padrão, da Língua que se usa para a construção de atos normativos, da Língua que deve ser utilizada em situações profissionais.
É só uma preposição - muitos diriam.
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