Carreira

Já ouviu falar no IDP, o Índice de Distância do Poder?

Há uma distância correta entre o líder e a sua equipe, que não pode ser grande demais nem muito pequena

Ilustração - Porcos-espinhos (Davi Augusto/EXAME.com)

Ilustração - Porcos-espinhos (Davi Augusto/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2013 às 20h08.

São Paulo - Às vezes demoramos para encontrar a medida certa das coisas. Por quanto tempo ferver um ovo para que ele não fique duro nem mole? Qual a altura exata do som de modo que alegre a festa sem incomodar o vizinho? Quanto de roupa levar numa viagem para que não falte nada sem deixar a mala muito pesada?

Essas são algumas das questões de quantidade ideal com que nos defrontamos em nosso dia a dia. No trabalho e na gestão de empresas acontece o mesmo. Quando ligar para o cliente que demonstrou interesse em um produto sem parecer insistente nem deixar o negócio esfriar? Que dose de controle e autonomia dar à equipe? Mais arrojo ou conservadorismo nas aplicações financeiras?

O mesmo acontece com a distância correta entre o líder e sua equipe. Há até um índice para isso, o IDP, ou Índice de Distância do Poder, que mede quanto o líder se coloca como superior à sua turma, ou quanto ele se considera parte integrante, sem maiores distinções com relação aos demais.

É sabido que quando o IDP é alto há prejuízos para a inovação e para o empreendedorismo corporativo, pois as pessoas se sentem intimidadas em ter atitudes sem consultar ou pelo menos informar seu chefe. Por outro lado, quando o IDP é muito baixo, nos momentos de crise pode haver uma certa paralisia, já que nessas horas as pessoas precisam de um comando forte.  

Chefes amigos são muito desejados nos ambientes de trabalho, pois há mais confiança e liberdade para sugerir e colaborar por parte da equipe. Mas daí ao chefe aceitar ser padrinho do filho recém-nascido de um funcionário há uma imensa diferença, que deve ser compreendida por ambos. Só que às vezes isso acontece e, depois, como é que um gerente vai repreender, ou até demitir, um compadre, se necessário?

O filósofo alemão Arthur Shopenhauer tem uma metáfora apropriada para essa situação: “Na era glacial, para não morrerem de frio, os animais ficavam bem juntinhos preservando o calor. Só que os porcos-espinho, quando se aproximavam demais, feriam uns aos outros, então se afastavam, e daí morriam de frio. Os bichinhos tiveram de encontrar a distância adequada, nem muito perto, nem muito longe, sempre observando a temperatura do dia”. 

Com as pessoas acontece o mesmo. A temperatura psicológica de cada dia é que determina a distância correta, o momento de ser afável ou duro, grave ou descontraído, falante ou calado. A observação dessa regra proporciona adaptação comportamental e facilita tremendamente as relações humanas. Por falar nisso, alguém sabe qual a temperatura ideal para assar um suflê de goiabada?

Acompanhe tudo sobre:Ambiente de trabalhoComportamentoEdição 159gestao-de-negociosLiderança

Mais de Carreira

O que é o teste MBTI e como usá-lo para descobrir sua personalidade

7 passos que os palestrantes do TED Talks usam para falar bem em público

Como usar Ethos, Pathos e Logos para montar um discurso mais persuasivo

Além do TI: falta de talentos especializados deixa vagas abertas em setor que paga até R$ 96 mil