Carreira

Autocrítica demais é pior do que nenhuma no trabalho

Pesquisa mostra que o excesso de autocrítica trava mais a carreira do que a ausência dela

As 10 empresas menos respeitadas (Getty Images)

As 10 empresas menos respeitadas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 10h28.

São Paulo - Lidar com o fracasso é uma dificuldade comum a todos os profissionais. Mas a maneira como uma pessoa reage à perda pode fazer toda a diferença no processo de superação e aprendizado que, no fim, leva a carreira adiante.

A autocrítica que sucede um erro, em geral, divide a humanidade em dois grupos: os que são muito rigorosos com as próprias limitações e os que são pouco. É raro encontrar quem acerte no julgamento que faz de si. Uma pesquisa publicada nos Estados Unidos neste ano dá um novo passo nesta discussão: quando se trata de autoavaliação, um pouco de falta de noção pode ser melhor do que excesso de rigor.

A psicóloga americana Juliana Breines, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, pesquisou como pessoas reagiam quando eram estimuladas a ser severas ou complacentes com os próprios erros. A conclusão de Juliana questiona a crença de que uma pessoa rigorosa demais com ela mesma aprende mais com os erros e melhora. 

Segundo a pesquisadora, a autocrítica em excesso aumenta a procrastinação e impede a pessoa de avançar. Já profissionais que colocam a culpa em outras pessoas ou em fatores externos e se perdoam mais têm maior facilidade de encontrar a sintonia certa na avaliação que fazem de si. 

"Ser compreensivo é uma estratégia eficaz para melhorar a autocrítica", diz Juliana. Nessa disputa entre excesso de rigor e falta de noção, é importante ser imparcial. Só assim, o profissional consegue identificar seus erros sem ser preguiçoso ou exigente demais consigo mesmo.

Avaliação equilibrada

Estratégias para um diálogo interior mais construtivo

Ria de si mesmo

Tente se afastar por alguns instantes do problema para entender quais aprendizados pode tirar daquelas circunstâncias. Isso pode ser muito reconfortante e, por vezes, até um pouco engraçado. 

Evite rótulos

Especialmente os que são dramáticos demais, como ensina a psicóloga clínica Patricia Gebrim, de São Paulo. Palavras, como "fracassado", "incapaz", "incompetente" são geralmente generalizações injustas e descoladas da realidade.

Seja específico

Faça uma análise objetiva de seu comportamento para identificar problemas pontuais. "Quem tende a atribuir problemas da vida a muitas características da própria personalidade é mais propenso à depressão", afirma a psicóloga americana Juliana Breines. 

Observe o mundo ao redor

Avalie as circunstâncias externas para tentar mudar. Por exemplo: se você se atrasa para o trabalho de manhã porque os amigos com quem divide o apartamento fizeram barulho na noite anterior, a responsabilidade é sua, mas o problema não está em você. 

Ajude os outros

De acordo com a pesquisa da Universidade da Califórnia, a compaixão pelos outros ajuda os indivíduos a desenvolver uma perspectiva mais clara também sobre os próprios erros. Procure entender as falhas alheias e a perdoar.

Ouça outra opinião

A eficácia da autocrítica tem limite. Tem hora que só o feedback resolve. Converse periodicamente com alguém de sua confiança que possa ajudá-lo a avaliar melhor seu desempenho, a reconhecer seus méritos e a entender no que, de fato, é preciso se perfeiçoar

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