Conhecer as respostas para as seguintes perguntas, formuladas com a ajuda de consultores, vai ajudar na hora de definir se um investimento é realmente interessante para você. (Montagem/VOCÊ S/A)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2013 às 14h12.
São Paulo - Você conseguiu colocar as contas em dia, sair do cheque especial e agora até sobra um dinheirinho no fim do mês. Se essa é sua situação, comece a investir parte da grana para alcançar seus objetivos. Mas, em tempos de juros baixos, ficou difícil escolher um investimento rentável e até mesmo cobrir a inflação do período para fazer seu dinheiro render.
"Hoje em dia, é obrigatório sair do 'feijão com arroz' e diversificar", diz Mauro Calil, consultor em finanças. Mas não adianta confiar somente no diagnóstico do gerente do banco ou do consultor de investimentos, que, muitas vezes, oferecem produtos para cumprir metas.
"Para ter sucesso em suas aplicações, é necessário incorporar hábitos financeiramente saudáveis, como saber quanto está gastando, informar-se sobre investimentos e cortar gastos", afirma Reinaldo Domingos, educador financeiro. Conhecer as respostas para as seguintes perguntas, formuladas com a ajuda de consultores, vai ajudar na hora de definir se um investimento é realmente interessante para você.
1 Quanto eu tenho para investir?
Não adianta investir ao mesmo tempo que paga juros de cheque especial. É preciso colocar no papel e fazer as contas para definir se o investimento cabe no orçamento. Com qualquer quantia, é possível fazer um investimento.
A grande vantagem, porém, de ter uma quantia maior para investir é poder diversificar as aplicações – parte em renda fixa e parte em ações, que significam maior risco, mas podem resultar em uma rentabilidade maior.
2 Meu investimento será contínuo ou único?
Os especialistas não aconselham, mas há quem prefira fazer um investimento único, em vez de investir pouco a pouco todo mês. Novamente, é preciso fazer as contas para definir se o 13º salário ou o bônus de fim de ano, por exemplo, não vão fazer falta se forem aplicados de uma vez.
Se o investimento for contínuo (mensal), o ideal é que o montante seja reservado antes do pagamento das despesas, para que você se certifique de que ele não fará falta nem será gasto.
3 Para que objetivo estou guardando?
Trocar de carro? Pagar a universidade do filho? Complementar a aposentadoria? Sua meta fará toda a diferença na hora de escolher um investimento, pois isso influencia no tempo que precisará poupar, no montante e no risco que poderá correr com a aplicação. Antes de investir, defina suas metas.
4 Quanto tempo vou guardar?
É muito importante definir em quanto tempo vai precisar resgatar a aplicação, pois muitas delas têm um prazo mínimo de resgate para ser rentáveis. Se resgatar o dinheiro antes do prazo, você poderá até perder grana. Para o curtíssimo prazo – até seis meses –, a melhor aplicação continua sendo a poupança.
Para investimentos de curto prazo aconselha-se investir em Tesouro Direto ou em renda fixa, que tem taxas viáveis para aplicações de seis meses e um ano e meio. Para aplicações de até cinco anos, os fundos imobiliários envolvem certa instabilidade, mas podem se valorizar bastante. A partir de cinco anos, o ideal é diversificar os investimentos entre ações e fundos de renda fixa, além de planos de previdência.
5 Tenho todas as informações sobre esse investimento?
É importante conhecer o produto antes de investir nele. Não adianta cair na conversa do gerente ou ir na onda de algum amigo. Busque informações – faça cursos, pesquise, leia sobre o assunto em jornais e mídias especializadas.
Várias instituições financeiras dão cursos grátis sobre investimentos, como a Bovespa. Há também cursos pagos, como o da Academia do Dinheiro. As chances de se meter em uma roubada cairão drasticamente.
6 Qual a liquidez dessa aplicação?
A liquidez é a velocidade que um ativo é convertido em dinheiro. Um imóvel tem baixa liquidez em relação à poupança. Avalie quando precisará resgatar o investimento e quanto pagará se o fizer antes do prazo.
7 Essa aplicação é segura?
Cheque se a aplicação é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito. Ele garante até 250 000 reais por CPF por conglomerado financeiro. Se o banco falir, por exemplo, você não sai perdendo.
8 Quais os custos dessa aplicação?
Pesquise os valores de todas as taxas e dos impostos incidentes na aplicação, incluindo imposto de renda. Quando você assina a aplicação, recebe um documento que contém todas essas informações.
Se tiver dúvidas, procure o gerente do banco ou o agente de investimentos. O valor a ser descontado do IR geralmente diminui em relação ao tempo da aplicação. Quanto mais tempo o dinheiro fica aplicado, menos imposto de renda você paga.
9 Em que perfil me encaixo como investidor?
Você é conservador? Moderado? Ousado? É preciso avaliar se você aguentaria a instabilidade de aplicar em ações na bolsa de valores. Conservadores geralmente preferem aplicar na poupança ou em fundos de renda fixa. Moderados preferem diversificar entre renda fixa e variável. Já os ousados costumam apostar na bolsa ou combinar aplicações.
...e uma pergunta para NÃO fazer
Qual foi a rentabilidade passada desse produto?
Se uma aplicação rendeu hoje, não quer dizer que renderá o mesmo tanto amanhã. Solicite ao gerente o histórico de rentabilidade do investimento e desconte a inflação do período. Ainda assim, não há garantias de que ele renderá o mesmo no futuro.