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8 jeitos de implodir suas chances na entrevista de emprego

Especialistas mostram quais os principais erros dos candidatos nos processos de seleção

Executivos conversando (Getty Images)

Executivos conversando (Getty Images)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 12 de dezembro de 2011 às 18h06.

São Paulo – Apesar do suspense dos mercados globais, o Brasil deve seguir em 2012 com uma defasagem severa de profissionais com qualificação suficiente. Mesmo assim, há quem (apesar de um currículo interessante) não consiga encantar nenhum headhunter.

As razões podem estar na maneira como a pessoa se porta na entrevista de emprego. De acordo com especialistas, mesmo entre profissionais mais experientes e que pleiteiam cargos mais executivos, os erros são comuns. Confira quais são:
 

1. Bancar ser a última bolacha do pacote

O Brasil vive um momento de ouro para os profissionais com qualificação de tirar o fôlego. Ter um currículo anos luz acima da média, contudo, não pode ser justificativa para dar pano para a presunção na hora da entrevista de emprego.

“É uma questão de oferta e procura. Quando você sabe que a demanda está alta, você tende a se valorizar mais. O cuidado é que tem aumentado a soberba por parte dos candidatos”, afirma Luiz Visconte, sócio da Vicky Block Associados.

Cada vez mais, as empresas valorizam determinados perfis profissionais que em nada combinam com falta de humildade. “Quando você se coloca como a última bolacha do pacote, é o mesmo que dizer para o outro que ele não é tão bom quanto você”, diz o especialista. “O candidato precisa baixar a guarda e mostrar que está lá, realmente, por vontade de estar”.

2. Fugir dos fatos

Agora, qual é o limite entre ser presunçoso e encantar o recrutador com suas qualificações ou conquistas? Com dados e fatos. Ponto final. O problema, segundo Visconte, é que muitos candidatos se perdem em uma porção de adjetivos abstratos sobre eles mesmos. E isso só contribui para que o fique uma imagem presunçosa.

“Quando você tem realizações que são compatíveis com o seu discurso não ficará a impressão de que você está tentando mostrar que é melhor do que a pessoa do outro lado”, diz o sócio da Vicky Block Associados. Ao contrário. Os fatos irão “vender o peixe” sozinhos - sem que você tenha que se desdobrar para impressionar.


Por isso, a dica é “descrever suas conquistas e como elas se aplicam para o cargo em questão de uma maneira clara e concisa”, afirma Frédéric Ronflard, diretor da Robert Walters Brazil.

3. Ser ignorante nos assuntos da empresa

Aparecer na entrevista sem ter a mínima noção sobre os negócios da companhia já é um deslize sério para candidatos a oportunidades juniores. Para quem pleiteia um cargo mais elevado na hierarquia, essa postura vira falta gravíssima.

“A entrevista é um processo de mão dupla. Da mesma forma que a empresa avalia o candidato, ele deve checar se a proposta faz ou não sentido para ele”, diz Visconte. E, para isso, é preciso preparo prévio.

Ao demostrar algum conhecimento sobre assuntos relacionados a empresa, o candidato denuncia que, realmente, se interessou pela oportunidade. Fato que garante alguns pontos na avaliação final.

4. Trocar de papeis

Agora, de acordo com Ronflard, essa postura não deve ser pretexto para bancar o entrevistador. Lembre-se: esse não é o momento para colocar o recrutador na parede – como se o cargo, e não você, fosse o candidato em questão.

“O profissional deve conduzir a si mesmo como se estivesse determinado a conseguir o emprego em questão”, diz o especialista. “Nunca feche a porta de uma oportunidade”.

Sinal vermelho para os ansiosos de plantão que, de cara, querem saber tudo sobre o pacote de salários. “Você envia um sinal ruim sobre sua verdadeira motivação”, explica. “Além disso, você terá outros momentos (e a pessoa certa) para discutir esse assunto quando o interesse mútuo crescer”.


5. Acabar com a reputação da ex-companhia (ou atual)

Falar mal do emprego ou chefes anteriores além de antiético pode render pontos negativos para a avaliação final do headhunter. “Há entrevistados que, para não assumir seus atos, acabam recriminando outros”, diz Visconte. Além de imaturidade, isso pode apontar o quanto não confiável é o candidato em questão.


“Isso também pode gerar uma leitura ruim sobre sua real motivação para mudar de emprego”, diz Ronflard. Em outras palavras, talvez você só queira fugir da atual empresa.


6. Fugir de perguntas nebulosas

Diante de questões que apontem para um erro ou um tropeção anterior na carreira, o jeito é encarar com o máximo de honestidade possível – sem colocar em xeque a reputação de terceiros.

“Quanto mais de frente com o problema, melhor. Menos dúvidas sobram para o recrutador“, diz Visconte. “Se ele conseguir mostrar que essa experiência o ajudou a fechar um ciclo profissional, melhor”.


7. Não ser formal o suficiente

Mais e mais, as empresas estão apostando em entrevistas de emprego mais confortáveis para os candidatos. O problema é que muitos candidatos não percebem que há limites e agem como se estivessem em um happy hour com amigos.

“Não há nenhum problema em ser simpático e caloroso durante a entrevista, desde que isso não ultrapasse os limites do profissionalismo”, diz Rodland. “Você pode parecer próximo ao recrutador, sem ser intrusivo, por exemplo”.

A dica do especialista para isso é simples: “seja sempre um pouco mais formal do que o recrutador”.

8. Deixar o celular ligado (e atender)

Pode parecer básico, mas acredite: muitos candidatos a cargos executivos não conseguem desgrudar do celular nem mesmo durante uma entrevista de emprego. E, sim, há quem atenda uma ligação nessas condições.

Some-se a isso chegar atrasado e, pronto, terá um prato cheio para acabar com todas as chances de conseguir o cargo.

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