Fernando Mantovani, da Robert Half: As empresas estão mais exigentes e os requisitos técnicos mais altos, sem contar que o mercado de trabalho se transforma em velocidade cada vez maior (Divulgação: skynesher/Getty Images)
Repórter
Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 12h26.
Última atualização em 15 de dezembro de 2023 às 13h54.
Oito em cada 10 empresas (78%) sinalizam hoje dificuldades na contratação de profissionais qualificados, segundo o Índice de Confiança Robert Half (ICRH), empresa de soluções em talentos. Entre as 387 empresas entrevistadas, 67% acreditam que o cenário não deve mudar nos próximos seis meses, enquanto 24,1% dizem que o mercado ficará ainda mais desafiador.
“As empresas estão mais exigentes e os requisitos técnicos mais altos, sem contar que o mercado de trabalho se transforma em velocidade cada vez maior, o que tende a gerar um descompasso entre a demanda e a oferta de mão de obra em alguns setores ou áreas. Além disso, com a evolução dos processos de transformação digital, as habilidades necessárias para cada posição podem mudar rapidamente, tornando ainda mais desafiadora a tarefa de se manter constantemente atualizado”, diz Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.
O Índice de Confiança Robert Half (ICRH) é um indicador de difusão que varia de 0 a 100. A pesquisa foi conduzida com 1.161 respondentes para cada uma das três categorias (empregados permanentes, desempregados e recrutadores), distribuídos regionalmente e proporcionalmente pelo Brasil. As respostas da sondagem conduzida pela Robert Half foram coletadas entre 1 novembro de 2023 até 30 de novembro de 2023.
Enquanto as empresas buscam por profissionais qualificados, boa parte dos 387 candidatos entrevistados afirmam que:
• 68,7% dos profissionais empregados disseram que conseguir trabalho hoje está difícil;
• 69,7% entre os desempregados, que estão mais confiantes na busca por recolocação.
Apesar da dificuldade de conseguir um espaço no mercado, a taxa de desemprego dos profissionais qualificados foi de 3,3% no terceiro trimestre de 2023, uma das mais baixas desde 2015.
“Ao longo de 2023, pudemos observar sequentes quedas nas taxas de desemprego entre os profissionais qualificados. Durante o período, algumas surpresas positivas, como o crescimento econômico acima do esperado e a expectativa de controle da inflação, contribuíram com esses números e aumentaram a demanda por trabalhadores,” diz Mantovani.
A pesquisa mostra que a taxa de demissão chega muito próximo da taxa de pedido de desligamento, mostrando um maior protagonismo do profissional, segundo Mantovani.
“As taxas de desemprego cada vez mais baixas proporcionam um maior protagonismo para os profissionais em suas relações de trabalho. Nesse cenário, cria-se a hipótese de dois movimentos possíveis para justificar as demissões a pedido do colaborador: no primeiro, o aumento da busca por novos desafios de trabalho, e, na ótica inversa, a desistência atrelada à insatisfação com o trabalho, dado que os últimos anos trouxeram à tona questões sobre saúde mental e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.”
Para enfrentar os desafios do mercado de trabalho e se preparar para mais um novo ano, algumas orientações valiosas podem ser consideradas com base no estudo, segundo Mantovani.
Habilidades Interpessoais e Adaptabilidade: Além das habilidades técnicas, desenvolva competências interpessoais e a capacidade de se adaptar a diferentes ambientes e desafios, características valorizadas em qualquer contexto profissional.
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