Uma pesquisa da Gallup com 7 mil trabalhadores nos Estados Unidos revelou que 50% pedem demissão por insatisfação com seus líderes diretos (Vanz Studio/Getty Images)
Repórter
Publicado em 6 de maio de 2025 às 13h16.
Última atualização em 6 de maio de 2025 às 15h08.
Relacionar-se com um chefe difícil pode ser uma das maiores fontes de estresse no ambiente de trabalho — e um desafio direto à saúde mental dos profissionais. Uma pesquisa da Gallup com 7 mil trabalhadores nos Estados Unidos revelou que 50% pedem demissão por insatisfação com seus líderes diretos.
Antes de optar por sair da empresa, no entanto, há caminhos menos drásticos. É o que defende Caroline Marcon, consultora organizacional, coach executiva e autora do livro O poder dos times AAA. Fundadora da Marcon LC, Caroline tem mais de 20 anos de experiência em desenvolvimento de lideranças, transformação cultural e aceleração de executivos. Trabalhou na ONU, na Korn Ferry e prestou consultoria para grandes corporações como Vale, Votorantim, Cargill e 3corações. Também é mestre em Psicologia Organizacional e certificada em coaching executivo pela Columbia University, em Nova York.
A especialista mapeou os sete comportamentos mais comuns de líderes disfuncionais e compartilha como enfrentá-los com inteligência emocional e estratégia — sem comprometer sua saúde e sua carreira.
Chefes que refazem tarefas, exigem tudo do seu jeito e monitoram cada passo da equipe são conhecidos como “modeladores”. A recomendação de Caroline é antecipar-se.
“Apresente status frequentes e mostre organização. Isso reduz retrabalho e ansiedade”, diz.
O líder “perdido” muda de ideia constantemente e não dá explicações claras. O profissional precisa buscar clareza ativa.
“Peça alinhamentos frequentes, faça perguntas e registre os combinados”, afirma a consultora.
Apelidados de “terroristas”, são líderes que geram tensão constante. A saída é manter o profissionalismo e buscar apoio.
“Construa alianças com colegas, fortaleça sua autoestima e, se necessário, busque mentores”, diz Caroline.
O “supercrítico” nunca elogia, mas destaca qualquer falha. É preciso aprender a comunicar os próprios resultados.
“Comunique suas conquistas com dados concretos e de forma estratégica”, afirma.
Chefes que se acham infalíveis não aceitam opiniões diferentes. O ideal é abordar com diplomacia.
“Evite o confronto direto. Provoque reflexão e apresente soluções de forma construtiva”, diz a especialista.
Esses líderes não acolhem questões emocionais ou humanas. O colaborador precisa se posicionar.
“Traga números que evidenciem os prejuízos da sobrecarga emocional”, afirma Caroline.
O chamado “invejoso” bloqueia o crescimento da equipe. É hora de buscar apoio fora da liderança direta.
“Invista em networking, converse com outros líderes e amplie seu aprendizado por meios externos”, diz.