Como ser uma empresa preparada para o futuro? (mantinov/iStockphoto)
Vice President of Corporate Education da Exame
Publicado em 20 de dezembro de 2023 às 08h43.
Em um mundo de transformações tecnológicas e sociais, onde a volatilidade se tornou a norma, a capacidade de se antecipar e se adaptar é mais crucial do que nunca. A incerteza se tornou uma constante, e, em meio a esse cenário, em vez de anteciparmos o futuro, reagimos às mudanças ou cedemos à incerteza e não fazemos nada. No entanto, há outro caminho a seguir: podemos nos preparar e estar prontos.
Um estudo divulgado recentemente pelo Institute For The Future (IFTF), aponta que o papel das organizações vai além de simplesmente reagir; é fundamental que elas se tornem ativas no seu próprio futuro.
Segundo o estudo, organizações que buscam se preparar para o futuro vislumbram realidades alternativas e investem em previsões estratégicas para manifestar os seus futuros preferidos.
As empresas que estão preparadas para o futuro, segundo o IFTF, evitam ser surpreendidas pela mudança e são mais capazes de transformar previsões em insights acionáveis. Mas como tornar-se uma?
A maioria das empresas já possui pessoas interessadas em pensar no futuro, mesmo quando isso não faz oficialmente parte de suas funções. Portanto, essa avaliação certamente trará insights sobre como aproveitar ao máximo os recursos que você já possui e onde será necessário investir.
Spoiler: ao final, você encontrará um passo a passo para fazer essa avaliação.
Monte e desenvolva um time para ser responsável pela visão estratégica da empresa. O estudo recomenda que façam parte desta equipe, pessoas como: conselheiros de confiança, que contribuem para a tomada de decisões; analistas, que absorvem e dão sentido a informações de diversos públicos; e facilitadores de comunidade, que envolvem as pessoas, facilitam consensos, além de criar e cultivar redes internas e externas para traçar o futuro em conjunto.
A pesquisa ‘Corporate Foresight and its Impact on Firm Performance: A Longitudinal Study’, de René Rohrbeck, mostra que organizações com visão estratégica experimentam crescimento substancial e são altamente lucrativas. Quem não quer trabalhar ou investir em uma organização com esse potencial? Portanto, comunique essa nova cultura.
O quarto passo envolve explorar as possibilidades de longo prazo e pensar em como elas afetam a empresa e as pessoas envolvidas no curto prazo. O estudo recomenda começar com a mais fundamental das previsões: os sinais de mudança.
Até agora, os passos concentram-se em construir a visão estratégica como uma habilidade. Esse próximo nos afasta da imaginação e começa a nos direcionar para a ação.
Você pode começar identificando o futuro estrategicamente vantajoso ou talvez escolher com base nas possibilidades mais transformadoras que resultam em um futuro melhor para todos.
Mas lembre-se: não há sentido em prever o futuro se a sua empresa não tomar decisões melhores no presente.
Crie caminhos flexíveis, de modo que, se o rumo preliminar se tornar inviável, ainda haja várias maneiras de alcançar o futuro desejado. Eles podem otimizar um ou mais dos seguintes valores: lucro, diversidade, colaboração, sustentabilidade, etc.
O último passo, talvez o mais difícil, requer fazer da visão estratégica de futuro, um pilar organizacional. E isso implica, claro, em cultura.
Para começar e saber como avaliar, o estudo feito pelo Institute For The Future traz quatro afirmações para você, seus líderes e colaboradores considerarem. Veja abaixo e saiba o nível de comprometimento da sua:
Nível 1: Estamos resistindo à mudança e não fomos além do pensamento de curto prazo.
Nível 2: Estamos reagindo às mudanças num horizonte de longo prazo, mas muitas vezes somos pegos de surpresa.
Nível 3: Estamos antecipando o futuro, mas a previsão estratégica continua a ser uma capacidade limitada e não está distribuída uniformemente.
Nível 4: Estamos prontos para o futuro. A previsão estratégica é uma capacidade organizacional central e estamos perseguindo o nosso futuro preferido.
O compromisso com a visão estratégica não é mais uma opção, mas um alicerce para o sucesso. Ao adotar essa mentalidade de futuro, as empresas não apenas se adaptam; elas lideram a transformação.