Você ainda não foi substituído por um robô. Mas talvez esteja sendo ignorado por um recrutador — e isso pode ter mais a ver com suas habilidades do que com seu currículo (Nuthawut Somsuk/Getty Images)
Repórter
Publicado em 30 de abril de 2025 às 16h02.
Última atualização em 30 de abril de 2025 às 16h06.
As soft skills estão ganhando mais importância non mercado de trabalho e saber o que fazer já não é o suficiente. A grande pergunta de 2025 é: você sabe como se destacar?
Dados recentes do LinkedIn Jobs, Robert Half e Michael Page, mostram que as competências mais valorizadas pelas empresas não estão nas entrelinhas de um cargo técnico — estão na sua capacidade de se comunicar, resolver problemas, se adaptar e aprender. E mais: estão no seu comportamento diário.
Para entender o porquê dessas transformações e como os profissionais podem se preparar para esse novo cenário, a EXAME trouxe dicas de Tiago Santos, vice-presidente de Comunidade e Crescimento da Sesame HR, plataforma que conecta pessoas e empresas por meio da cultura e do propósito.
Para Santos, não basta só saber trabalhar — é preciso saber evoluir. E essas são as 7 habilidades que vão definir quem está pronto para o futuro e quem ficou preso ao passado.
A única constante é a mudança, e ser como um bambu — flexível, mas resistente — é essencial.
"As empresas não estão mais focadas apenas em currículos técnicos impecáveis. Elas querem pessoas que saibam lidar com a imprevisibilidade e manter a produtividade mesmo quando tudo parece estar de cabeça para baixo. A resiliência deixou de ser um diferencial opcional e passou a ser uma competência estratégica em um cenário marcado pela incerteza constante", diz Santos.
Na experiência dele com diversas organizações que utilizam a Sesame para estruturar sua cultura e seus processos, é possível observar que ambientes que cultivam segurança psicológica e transparência tendem a desenvolver profissionais mais adaptáveis — mesmo diante de desafios extremos.
Saber se expressar com clareza, seja digitando uma mensagem impactante ou compartilhando ideias em uma reunião, abre portas em todas as áreas.
"Com equipes cada vez mais distribuídas geograficamente, a comunicação clara é o alicerce da colaboração. Quem transforma ideias complexas em mensagens simples e compreensíveis ganha vantagem na liderança e na influência de projetos", diz Santos.
A capacidade de analisar dados, pensar de forma lógica e tomar decisões estratégicas é um verdadeiro ativo para as empresas.
"A automação está assumindo tarefas repetitivas e com isso o pensamento analítico ganha ainda mais espaço. As empresas querem profissionais que não apenas identifiquem os problemas, mas que proponham soluções concretas e viáveis para resolvê-los", afirma.
Quando se tem acesso a informações relevantes — como indicadores de desempenho e engajamento organizacional — Santos afirma que o foco deixa de ser apenas o problema, e passa a ser a tomada de decisão ágil baseada em dados reais.
"Vemos isso com clareza nas empresas que usam plataformas para tomar decisões mais rápidas e conscientes."
A capacidade de aprender rapidamente e a disposição de buscar conhecimento de forma autônoma são cruciais em um mundo em constante evolução.
"O mercado não valoriza mais o especialista em um único assunto. O profissional do futuro é um eterno aprendiz, com curiosidade insaciável e grande capacidade de se reinventar diante das mudanças", diz Santos.
Em um cenário de sobrecarga de informações e tarefas, organização, foco e priorização são diferenciais valiosos.
"Ser produtivo hoje não é fazer mais em menos tempo, mas sim fazer o que realmente importa com excelência. Os recrutadores valorizam quem compreende o valor do tempo e entrega com consistência e qualidade", ressalta Tiago.
A habilidade de trabalhar bem com pessoas diferentes — presencialmente ou remotamente — é essencial para qualquer projeto de sucesso.
"Não existe sucesso individual isolado. Os times de alta performance são compostos por pessoas que colaboram com empatia, respeito e responsabilidade compartilhada", afirma Santos.
Ele destaca ainda que estruturas que promovem a conexão entre funcionários - como canais temáticos de conteúdo, fóruns internos e espaços de reconhecimento -, ajudam a manter o espírito de equipe vivo, mesmo em ambientes híbridos ou remotos, algo que tem sido cada vez mais implementado por empresas via ferramentas como a Sesame.
Ter domínio das ferramentas digitais e compreender como a tecnologia impacta os negócios deixou de ser um diferencial — é pré-requisito.
"Mesmo que sua função não esteja diretamente ligada à tecnologia, é essencial entender como os sistemas funcionam, como os dados são utilizados e de que forma isso influencia os resultados da empresa e a experiência do cliente", afirma.
A boa notícia é que todas essas habilidades podem ser desenvolvidas com intenção e prática. Para Tiago Santos, o profissional do futuro precisa assumir o protagonismo da sua própria evolução.
"As empresas estão cada vez menos preocupadas com diplomas emoldurados e cada vez mais atentas à proatividade, à capacidade de aprender continuamente e à conexão genuína com um propósito. É essa combinação que realmente diferencia os profissionais no mercado atual", diz o executivo.