Carreira

7 em cada 10 brasileiros querem trabalhar para uma empresa estrangeira sem sair do país

Apesar do interesse, 59% dos profissionais não sabem como ser encontrados por recrutadores internacionais e outros 37% sequer consideram a possibilidade pela falta de fluência em inglês

Home office: pesquisa mostra que interesse de brasileiros em trabalhar para empresas de fora está em alta  (Freepik/Reprodução)

Home office: pesquisa mostra que interesse de brasileiros em trabalhar para empresas de fora está em alta (Freepik/Reprodução)

Luciana Lima
Luciana Lima

Repórter de Carreira

Publicado em 27 de abril de 2023 às 07h01.

Última atualização em 27 de abril de 2023 às 16h34.

Mais flexibilidade, equilíbrio entre vida pessoal e carreira, menos horas gastas no trânsito... são muitos os benefícios que o trabalho remoto pode trazer para os profissionais.

Mas, além disso, o home office também pode aumentar as possibilidades de carreira, seja como nômade digital ou trabalhando para empresas estrangeiras sem sair do país. E os brasileiros já estão cientes disso: 70% das pessoas já consideraram trabalhar para uma uma empresa de fora do país de maneira remota.

Pelo menos é isso que mostra uma pesquisa realizada entre a plataforma Futuros Possíveis em parceria com empresa de pesquisas Opinion Box, que ouviu 2.170 pessoas em fevereiro deste ano. O estudo também contou com a parceria da startup de Recursos Humanos Atlas. 

Segundo a pesquisa, as mulheres são as mais interessadas na possibilidade de carreira: 64% delas gostariam de prestar serviços para fora do país. Entre os homens o percentual é de 52% . 

Inglês ainda é barreira entre brasileiros

De acordo com uma pesquisa da Catho, menos de 3% da população brasileira é fluente em inglês. Não à toa, a falta de domínio do idioma lidera os principais fatores que fazem profissionais sequer considerarem a possibilidade de trabalhar para empresas estrangeiras (37%). A falta de incentivo e o medo de arriscar aparecem na sequência empatados, ambos com 19%.

O desconhecimento sobre como tirar os planos do papel e, de fato, ser notado por recrutadores internacionais é outro empecilho para 59% das pessoas que tem interesse na possibilidade  — mas a lacuna é maior entre os profissionais de classes mais baixas. 

Isso porque, segundo o estudo,  enquanto 75% das pessoas das classes AB afirmam saber o que é preciso para ser encontrado por empregadores estranegeiros, entre os trabalhadores das classes CDE o índice despenca para 39%.

Por fim, a possibilidade de uma carreira internacional também pesa na hora de escolher um novo emprego. De acordo com a pesquisa, 50% dos brasileiros dizem que a possibilidade de mudar do Brasil influencia a busca por um novo emprego. Curiosamente, esse patamar é maior entre as classes CDE (51%) em comparação com AB (44%).

Três dicas para trabalhar para uma empresa estrangeira sem sair do país

O relatório também traz dicas de como atrair a atenção dos recrutadores estrangeiros. Veja, a seguir:

  • Tenha uma forte presença virtual: Faça um perfil completo no LinkedIn em inglês pensando em como uma pessoa recrutadora buscaria alguém como você. Use palavras-chave. E, dependendo da sua profissão, existem outras plataformas importantes de estar presente.
  • Invista em networking: Existem empresas específicas para as quais você gostaria de trabalhar? Tente conectar-se com pessoas dessas empresas, mostre seu interesse e conhecimento no assunto.
  • Estude o momento de cada país e das indústrias: Quais empresas devem expandir para o Brasil nos próximos meses? Que habilidades eu tenho que podem servir para uma determinada indústria? Fique de olho em acordos bilaterais e acompanhe câmaras de comércio.


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