Gestão de pessoas (Digital Vision./Thinkstock)
Claudia Gasparini
Publicado em 21 de janeiro de 2017 às 06h00.
Última atualização em 21 de janeiro de 2017 às 06h00.
São Paulo — O comportamento de um chefe pode transformar a vida dos seus liderados num paraíso ou num inferno. Tudo depende das convicções que ele põe em prática na rotina da equipe.
“As ações de um líder são produzidas pelas suas crenças”, escreve o consultor norte-americano Travis Bradberry no LinkedIn. “Muitos gestores podem dizer que valorizam a integridade, mas só aqueles que realmente acreditam nesse valor vão demonstrá-lo no cotidiano”.
Isso porque uma pessoa só consegue praticar espontaneamente aquilo que está profundamente enraizado na sua mente — e um chefe fala muito mais por gestos do que por palavras.
Bradberry listou 7 crenças que moldam o comportamento de um bom gestor de pessoas. Confira a seguir:
1. Ter um talento na equipe é um privilégio (não uma ameaça)
Chefes inseguros não gostam de ter pessoas muito inteligentes ou dedicadas na equipe, porque temem um dia ser superados por eles. Resultado: eles não delegam tarefas e hesitam em compartilhar informações com eles. Bons líderes fazem o contrário. “Eles adoram ver seus funcionários crescerem”, escreve Bradberry. “Estão sempre desenvolvendo alguém para substituí-los e farão tudo que for possível para criar novos líderes”.
2. É preciso adaptar a mensagem
Gestores medíocres veem sua equipe como um amontoado de clones, isto é, pessoas para quem supostamente devem valer as mesmas técnicas de motivação e liderança. Por outro lado, os melhores chefes reconhecem que cada funcionário tem um estilo particular — e conseguem personalizar a comunicação dirigida a cada um deles.
3. Chefia não é superioridade
Uma das piores formas de exercer a autoridade é infantilizar a equipe. “Há gestores que acreditam que seu papel é impor regras, garantir que tudo funcione do seu jeito e ficar de olho nos erros das pessoas”, escreve Bradberry. “Chefes excepcionais enxergam seus funcionários como colegas, isto é, indivíduos perfeitamente capazes de tomar decisões com autonomia”. Em vez de desconfiança, o que eles oferecem é responsabilidade.
4. Trabalhar pode ser uma delícia
É claro que há dias monótonos na rotina de qualquer profissão, mas líderes de alto nível enxergam prazer no trabalho e ajudam sua equipe a se divertir também. Chefes ruins não têm a mesma sensibilidade: eles acreditam que sua função é simplesmente garantir que os subordinados não cedam à preguiça e à vontade de fugir das obrigações.
5. A dissonância é muito bem-vinda
Numa época de intolerância e pouco diálogo, os melhores gestores são capazes de dar uma lição sobre a diversidade. “Eles buscam uma ampla gama de pessoas e ideias, e expõem a empresa a novas formas de pensar”, resume Bradberry. É o oposto do que faz um líder inseguro, que prefere contratar funcionários com perfil similar ao seu para evitar discordâncias — e desafios.
6. Motivação não tem nada a ver com “terrorismo”
Como fazer um profissional trabalhar mais e melhor? Para maus gestores, a resposta é gerar medo, isto é, ter explosões de raiva, aplicar castigos e ameaçar demissões. O resultado disso são funcionários medrosos, em “modo sobrevivência”, que se preocupam mais em aplacar o chefe do que em fazer um bom trabalho. Bons líderes preferem inspirar para motivar. “Eles sabem que as pessoas vão reagir à sua energia, visão e paixão mais do que a qualquer outra coisa”, afirma Bradberry.
7. Mudar é bom
Ter feito algo sempre de uma determinada maneira é motivo para nunca mudar nada? Bons chefes acreditam na possibilidade de aperfeiçoar processos continuamente. Por essa razão, não enxergam a mudança como uma ameaça, mas como oportunidade. Para eles, é preciso se adaptar constantemente às dinâmicas do mercado — e as transformações podem ser muito empolgantes.