Recrutamento: indústria farmacêutica é destaque (jackaldu/Thinkstock)
Camila Pati
Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 15h00.
Última atualização em 20 de dezembro de 2017 às 15h00.
São Paulo –Último a sentir os efeitos da crise e o primeiro a sair dela. Essa é a particularidade do setor de saúde e farmácia no Brasil, segundo o diretor da consultoria de recrutamento EXEC, Tadeu Gualtieri.
Derradeiro na queda porque o pior momento da retração chegou apenas no primeiro semestre. Ligeiro na recuperação com sinais de retomada surgindo desde setembro.
O resultado anual será positivo na consultoria. “Na EXEC, o segmento vai crescer entre 7% e 8% neste ano e a nossa expectativa que em 2018 cresça entre 13% e 14%. Projetos na área de saúde e farmácia representam 30% do negócio da empresa.
Para a indústria farmacêutica, posições ligadas a relacionamento com governos e vendas têm boas perspectivas de contratação, segundo a EXEC e a Michael Page. Desenvolvimento de negócios e compliance também estão na lista.
E se o tema é saúde de maneira geral, a consultoria Catho também inclui na lista a carreira de educação física. Veja por que essa e outras carreiras deverão ter demanda em 2018:
O que faz: a área possibilita a atuação em diversos campos ligados ao meio fitness. Uma possibilidade é atuação na área de qualidade de vida organizacional, indica a equipe da Catho.
Perfil: graduação em educação física e cursos de especialização na área de atuação.
Por que está em alta: o mercado fitness ganhou destaque, segundo a equipe da Catho, que aposta no caráter promissor dessa profissão e justifica com números. O Brasil é o segundo país com mais academias no mundo: 32 mil, ficando atrás apenas dos Estados Unidos; o quarto em número de alunos: 8 milhões e o décimo em faturamento: 2,4 milhões de dólares, segundo IHRSA, Associação Internacional do Mundo Fitness.
O que faz: atua na indústria, com produção de remédios, pesquisa e desenvolvimento, controle e garantia da qualidade. Também atua em farmácias, com controle e armazenamento de medicamentos e atendimento ao consumidor final.
Perfil: formação em farmácia.
Por que está em alta: o segmento vai bem no Brasil, destaca a equipe da Catho. Segundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), as contratações na indústria farmacêutica aumentaram 20% no último ano. Outro dado da associação é o aumento no faturamento do segmento: 21,7%.
O que faz: gestão da equipe de consultores de vendas e propagandistas, elabora e executa o plano estratégico alinhado com a política de compliance da empresa.
Perfil: profundo conhecedor da área de saúde, profissional buscado é estratégico, mas envolvido com ações de campo, segundo a Michael Page. Também é alguém com visão macro do negócio, capaz de gerir equipes heterogêneas e bem relacionado com médicos, influenciadores, hospitais privados e públicos.
Por que está em alta: mudanças no mercado impulsionam a demanda por esse profissional, essencial no realinhamento que tem sido exigido de empresas, segundo a Michael Page.
O que faz: responsável pela estratégia de prevalência de produtos. É como um propagandista, faz as visitas, acompanha venda de produtos para esferas públicas, que são os principais compradores.
Perfil: ainda se vê muitos profissionais da área comercial, mas o perfil da carreira está mudando, segundo Tadeu Gualtieri, da EXEC. Ele destaca a preferência por pessoas de áreas mais técnicas, como farmacoeconomia e produtos. “Tem muitos gerentes de acesso que são da área comercial que estão agora em formação nessas áreas”, diz.
Por que está em alta: governos são os principais compradores da indústria farmacêutica por isso há necessidade por esse profissional. “ Essa área de acesso cresceu entre 35% e 40% na comparação com o ano passado”, diz Gualtieri, sobre os projetos na EXEC.
O que faz: sua atuação é parecida com a do gerente de acesso mas aqui o profissional tem a responsabilidade de cuidar da relação com a esfera federal. Seu foco é Brasília (DF).
Perfil: é uma posição de nível de diretoria porque é uma atuação que é crítica para a empresa, voltada para profissionais que sempre trabalharam na indústria farmacêutica.
Por que está em alta: profissional cada vez mais frequente em mercados regulados, segundo Tadeu Gualtieri, diretor da EXEC.
O que faz: avalia potenciais parcerias, aquisições de companhias, ativos e divisões.
Perfil: capacidade analítica, conhecimento técnico na área de atuação da empresa. Habilidade de negociação também é um requisito.
Por que está em alta: “existem poucos profissionais como esse no mercado”, diz Gualtieri.
O que faz: é responsável por garantir que a empresa esteja em dia com obrigações legais, normas e regulamentações.
Perfil: formação em administração, economia, ciências contábeis ou direito com profundo conhecimento das normas e regulamentações do setor de saúde. “Há também espaço para quem vem de outros mercados”, diz Gualtieri.
Por que está em alta: setor de equipamentos médicos é o que mais tem demandado profissionais. “Desde a máfia das próteses, a relação entre fabricantes, distribuidores e hospitais começou a ser questionada. Executivos foram colocados sob investigação e houve intensa troca de cadeiras”, diz Gualtieri.