Carreira

6 perguntas decisivas para se fazer antes de pedir demissão

Está pensando em pedir as contas? A hora realmente pode ter chegado - mas não prossiga antes de fazer estas perguntas para si mesmo


	Tudo para o alto: pedido de demissão não deve ser feito no calor da emoção
 (Thinkstock)

Tudo para o alto: pedido de demissão não deve ser feito no calor da emoção (Thinkstock)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 17h02.

São Paulo - Um dia, sem pensar, você pode ceder às frustrações acumuladas com o trabalho e pedir demissão. É bom se preparar desde já para aplacar esse impulso - pelo menos se você quiser evitar arrependimentos.

O alerta faz sentido, sobretudo, por conta da escalada do estresse nos ambientes de trabalho. “Há muita cobrança e poucos recursos, o que favorece decisões intempestivas”, afirma Sueli Aznar, consultora de carreira da Right Management.

Mas qual é o preço de agir no calor da emoção? Segundo Sueli, o maior problema está em não saber qual será o próximo passo. “Se a decisão não foi planejada, você perde o controle sobre o médio e o longo prazo”, afirma.

Daí a importância de comandar a gestão da sua carreira - uma atitude que, além de evitar decisões irracionais, ajuda a enfrentar o estresse. “Se você sabe aonde quer chegar, pode até se blindar contra as dificuldades do dia a dia”, diz Sueli.

Está pensando em pedir as contas? A hora realmente pode ter chegado - mas não prossiga antes de se fazer as seguintes perguntas, sugeridas por especialistas ouvidas por EXAME.com:

1. O que eu realmente quero para mim?
A pergunta pode parecer filosófica demais, mas é decisiva. “Você não deve tomar nenhuma decisão sem saber qual é a sua motivação para acordar todo dia”, diz Eliana Pinheiro, da Sociedade Brasileira de Coaching.

É importante saber se o seu trabalho não traz mais nenhuma realização íntima e profunda - mas também é fundamental saber se outro emprego daria essa garantia. É neste ponto que cabe a próxima pergunta.

2. A grama do vizinho é mesmo mais verde?
Segundo Telma Guido, consultora da Right Management, temos o hábito de nos apegar às desvantagens da nossa situação atual - e de idealizar a vida alheia. O remédio contra isso é a informação.

“É preciso pesquisar o máximo possível sobre outras empresas, e fazer networking para saber como vai o mercado, inclusive em termos de remuneração”, diz a especialista. “Pode ser que a sua situação não seja tão ruim comparativamente”.

3. Qual é a viabilidade de um plano B?
Telma também recomenda uma análise rigorosa sobre as alternativas ao seu emprego atual. “Pedir demissão para ficar desempregado não costuma ser uma boa estratégia”, afirma ela.

Quanto tempo você demorará para se recolocar? Se a ideia for abrir um negócio próprio, quanto tempo e dinheiro serão gastos até você se estabelecer? Segundo a consultora, é preciso reunir o máximo possível de informações para se organizar e não “aterrissar” no vazio.

4. Quero sair por um motivo amplo ou restrito?
De acordo com Eliana, é comum que profissionais abandonem empregos por razões muito pontuais. “Às vezes, o que está por trás da decisão são problemas reversíveis, como falta de competências específicas ou dificuldade de relacionamento com colegas”, diz ela.

A não ser que as suas razões sejam mais profundas, vale repensar a decisão. “Se forem problemas menores, é provável que você os tenha no próximo emprego também”, afirma Eliana.

5. Estou mesmo pronto para um salto?
Muitos pedidos de demissão derivam do sentimento de estagnação. Em alguns casos, faz sentido - em outros, não passa de ansiedade. “É comum que os jovens queiram mudar de emprego por não estarem crescendo tão rápido quanto desejam”, diz Sueli.

Se esse é o seu caso, é bom dar uma injeção de realismo nas suas ambições. Você está mesmo preparado para galgar posições? “É importante buscar dados objetivos sobre os fatores de sucesso na sua empresa”, diz a especialista.

6. Ainda compartilho valores com a empresa?
Antes de bater na porta do RH, também vale uma reflexão sobre sua compatibilidade com o seu empregador atual. Fusões e aquisições, novas chefias, reestruturações - muitos fatores podem transformar os valores de uma empresa, e então gerar desencontros.

“Às vezes são os princípios do próprio profissional que mudam com o tempo”, diz Telma. “O importante é saber se ainda existem valores em comum entre as duas partes”.

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