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6 conselhos para otimizar o trabalho de um introvertido

Quem levanta a questão é Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos: Como os tímidos e introvertidos podem mudar um mundo que não para de falar”

Teclado (sxc.hu)

Teclado (sxc.hu)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 13h48.

ivemos em uma época de transformação dos locais de trabalho. Visando a produção em grupo e a redução de custos, os escritórios estão sendo redesenhados de maneira ampla, sem paredes e com espaços cada vez mais coletivos. Como resultado, vemos os ambientes corporativos se tornando cada vez mais barulhentos e menos privativos – um problema para os introvertidos.

Quem levanta a questão é Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos: Como os tímidos e introvertidos podem mudar um mundo que não para de falar”. “Nenhum empregador pode se dar ao luxo de ignorar as necessidades dos introvertidos, porque isso pode resultar em uma queda de produtividade, perda de capacidade intelectual, redução da criatividade e também perda moral”, contou em entrevista ao site FCW The Business of Federal Technology. Afinal, eles estão cada vez mais presentes e costumam ser ótimos funcionários, assim como líderes.

A solução, segundo ela, seria então repensar essas mudanças. Não, não espere trabalhar em salas apertadas, que chegam a ser desumanas. Que sejam, sim, criados escritórios amplos, contanto que eles ofereçam algumas opções privativas aos funcionários. Como? Susan explica:

Acrescente salas reservadas aos escritórios amplos

Não dá para negar: é extremamente difícil se concentrar quando há interrupções a todo o momento. E isso é particularmente problemático para os introvertidos, que costumam trabalhar melhor em lugares silenciosos. “Daí o erro das empresas de desenhar escritórios que colocam todos os funcionários trabalhando em um espaço grande, aberto, barulhento e repleto de distrações”, disse ela ao FCW. “A realidade é que muitas delas querem economizar nos custos imobiliários e os escritórios abertos são, de fato, muito mais baratos do que os tradicionais. O que eu diria a elas é que, se existe o plano de montar um escritório aberto, certifiquem-se de introduzir espaços tranquilos ao planejá-lo. Locais onde as pessoas possam estar sozinhas ou acompanhadas, mas com a garantia de que seja um ambiente silencioso, não sociável.”

Trata-se, basicamente, de oferecer escolhas a quem, em um dado momento, queira trabalhar solitário e, em outros, socializando. Oras no silêncio, oras no barulho. Quando a única opção é o espaço sem paredes, o ruído se torna muito incômodo, podendo aumentar a frequência cardíaca dos incomodados, liberar cortisol e fazer com que as pessoas se tornem cada vez mais distantes, agressivas e indispostas a ajudar os outros, completa Chip Cutter, editor sênior do LinkedIn.

Crie espaços de socialização

As salas de jogos possibilitam que os introvertidos reservem um tempo para socializar. Afinal, esse tipo de interação informal com os colegas de trabalho são, sim, estimulantes e ajudam a relaxar. Mas não dá para transformar essa interação em uma prática obrigatória. Isso não é benéfico.

Separe uma sala para sonecas

O ritmo frenético dos escritórios abertos faz com que os introvertidos, mas não só eles, precisem de um descanso para recuperar as energias. Está aí uma ótima razão para que sejam instaladas as salas de soneca, assim como acontece na redação do The Huffington Post.

Evite que TO-DOS os trabalhos sejam feitos em grupo

“Eu realmente acredito que nossos escritórios devem estimular relações casuais, interações no melhor estilo ‘conversinha de café’ – quando algumas pessoas se reúnem despretensiosamente para trocar ideias. Isso é ótimo! É bom para introvertidos e também para extrovertidos. Mas nós precisamos de mais privacidade, de mais liberdade e de mais autonomia no trabalho”, explicou Susan em palestra para o TED.

E completou em entrevista ao FCW: “Sim, nós precisamos de colaborações o tempo todo. Nós dependemos das ideias e insights dos outros. Estamos todos trabalhando em grupo. Mas isso não significa que, no nosso dia-a-dia, nós não precisamos de tempo e espaço sozinho. Em muitos projetos de grupo, as pessoas se reúnem, mas depois cada um vai para o seu canto e trabalha individualmente em partes separadas do projeto. Depois, elas se juntam novamente e falam sobre o que fizeram. Isso pra dizer que as colaborações são importantes, mas não precisamos estar sentado em grupo durante 24 horas por dia, setes dias na semana”.

Convoque menos pessoas para as reuniões

Neste caso, Susan faz coro ao discurso de Paul English, co-fundador do site de viagens Kayak. Para ele, nenhuma inovação é realizada com 10 pessoas em uma sala. O que mais se vê nesses casos é uma série de críticas sendo levantadas. E isso, muitas vezes, intimida os introvertidos presentes. Resultado: eles se abstêm de opinar.

Com apenas duas ou três pessoas, é possível alimentar uma ideia central, fortalecê-la e realizá-la com sucesso e ouvindo a opinião de todos. “Se há um monte de gente na sala, eu logo penso e digo, ‘Precisamos de 10 de vocês para decidir isso? Não existem três de vocês suficientemente inteligente para fazer isso?”, disse Paul em entrevista ao The New York Times.

Incentive o trabalho remoto

Permitir que os funcionários trabalhem remotamente também é uma possibilidade que deveria ser considerada pelos chefes, segundo Susan. E isso não significa, necessariamente, trabalhar de casa. Vale considerar também lanchonetes, escritórios coletivos, livrarias, bibliotecas públicas... São lugares onde o funcionário continua cercado de pessoas, mas consegue provar de certa liberdade, autonomia e privacidade.

Gostou das dicas? Talvez seja legal compartilhar com o departamento de recursos humanos da sua empresa.

(Por Daniela Carasco)

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