São Paulo - Apresentações realmente cativantes deixam mais do que uma impressão positiva e duradoura: elas inspiram atitudes.
Mas como influenciar o comportamento de um grupo de pessoas apenas com falas e alguns slides? A missão pode ser difícil - mas não impossível, asseguram especialistas no assunto.
O primeiro passo é observar as características que as melhores exposições têm em comum. Com a ajuda de sócios das agências SOAP e La Gracia, reunimos abaixo algumas delas. Veja a seguir:
1. São feitas sob medida
Apresentações de sucesso falam diretamente às mentes e aos corações da plateia. Em outras palavras, elas são absolutamente pertinentes e relevantes para as pessoas que a escutam.
Para não errar, é importante descobrir as preferências, necessidades e temores do seu público. "Procure montar uma apresentação perfeitamente adaptada a essas características”, recomenda Eduardo Adas, sócio da SOAP, agência especializada no assunto.
2. Fisgam a atenção logo no começo
Você já ouviu falar que o tempo para formar a primeira impressão de alguém não dura mais do que alguns segundos? A lógica das apresentações não é muito diferente.
Abrir a sua fala com uma pergunta surpreendente ou uma história inusitada é uma excelente tática para conquistar a atenção do seu público e mantê-lo alerta até o fim, garante Flávio Reis, sócio fundador da agência La Gracia.
3. Têm um forte ingrediente emocional
Outro segredo está em ir além dos recursos que apelam à racionalidade. “Você deve estabelecer alguma conexão emocional com a plateia, fazê-la sentir algo”, explica Adas.
Uma das melhores formas de fazer isso é por meio do storytelling, isto é, construir uma narrativa em torno do seu tema. Faça o teste: se você embaralhar os slides, a sua apresentação continua fazendo sentido? Luz vermelha. O ideal é que ela componha uma história, com começo, meio e fim bem demarcados.
4. São instigantes visualmente
Apresentações cativantes costumam ter pouco ou nenhum texto escrito nos slides. Por outro lado, elas costumam estar cheias de imagens grandes, expressivas, bonitas e originais.
De acordo com Reis, as fotos e vídeos devem acrescentar informações sobre o assunto, possivelmente por meio de metáforas. Ainda assim, vale lembrar que o suporte visual nunca deve ofuscar a parte nobre da exposição: a sua fala.
5. São enxutas
Qualidade rara no mundo corporativo, a concisão vale ouro numa apresentação. “O ideal é que não falte nem sobre informação”, diz Adas. “Você fala sobre tudo o que importa, e apenas isso”.
Mas passar a tesoura nos detalhes não significa perder conteúdo? De forma alguma, diz o especialista. Dados complementares e tabelas na íntegra, por exemplo, podem compor um anexo a ser enviado por e-mail após a apresentação.
6. Têm um apresentador “vivo”
Não é segredo que falas burocráticas, mecânicas ou desanimadas não inspiram ninguém. Por isso, trazer energia para a sua apresentação é fundamental para cativar.
“Por mais difícil e árido que seja o seu tema, é importante trazer alguma leveza para a sua atitude”, explica Reis. “Para conseguir isso, você precisa lembrar que a ocasião é um encontro entre seres humanos, uma experiência social, viva”.
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1. O corpo grita nas apresentações
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1/9 (Foto: Gabriel Araújo. Instrutora e coach: Sabrina Mello. Espaço: Livraria da Vila)
São Paulo – Uma boa
apresentação não é feita apenas de slides deslumbrantes e palavras certas. Expressões faciais, posturas e até os gestos que cada orador escolhe também contam (e muito) para a maneira como o público, do lado de lá do palco, irá processar cada informação.
Pensando nisso, os sócios da
SOAP, consultoria especializada no assunto, compartilharam com EXAME.com algumas das regras básicas para usar a
linguagem corporal do jeito certo durante as apresentações. Confira:
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2. 1. Faça contato visual
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2/9 (Foto: Gabriel Araújo. Instrutora e coach: Sabrina Mello. Espaço: Livraria da Vila)
Em uma apresentação, a plateia é a protagonista – não você, seus slides ou lousa. Por isso, seu foco deve estar em quem está do lado de lá do palco ou da mesa.
Na prática, isso significa que seus olhos devem estar fitos neles – e não na sua apresentação de slides ou outro recurso.
“Você não pode interromper por muito tempo a conexão com a audiência”, afirma Rogério Chequer, sócio da SOAP. “Sem conexão, não há empatia. Sem empatia, não há credibilidade”.
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3. 2. Direcione o olhar da audiência
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3/9 (Foto: Gabriel Araújo. Instrutora e coach: Sabrina Mello. Espaço: Livraria da Vila)
Agora, como conciliar a troca de olhares com o público e os slides que você tem para mostrar? A resposta está na maneira como os maestros conduzem uma orquestra.
Apesar da multidão de notas na partitura, é o maestro quem determina em que ponto de toda harmonia cada músico deve se focar. Faça o mesmo.
Assuma a postura de maestro da atenção da plateia. Segundo os especialistas, este processo começa antes de sua chegada ao palco – para ser mais preciso, no momento em que você confecciona os slides que irão auxiliá-lo durante a apresentação.
“O conteúdo mais importante não é o que está no slide, mas sim o que você está falando. Então, mostre apenas imagens sobre o que você diz”, afirma Eduardo Adas, sócio da SOAP. “Se você mostrar tudo de uma vez, a audiência não vai saber para onde olhar”.
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4. 3. Fuja das posturas que incomodam
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4/9 (Foto: Gabriel Araújo. Instrutora e coach: Sabrina Mello. Espaço: Livraria da Vila)
Os gestos e expressões faciais não são os únicos a desembocar significados durante uma apresentação. A maneira como você dispõe os outros membros do seu corpo também fala – e muito.
Braços cruzados, mão na cintura ou nos bolsos, pernas muito abertas e por aí vai. Posturas assim passam “mensagens subliminares para a audiência na direção de desleixo, falta de disciplina, organização ou profissionalismo”, afirma Chequer.
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5. 4. Busque a neutralidade
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5/9 (Foto: Gabriel Araújo. Instrutora e coach: Sabrina Mello. Espaço: Livraria da Vila)
A melhor estratégia para evitar isso é apostar em posturas e gestos neutros. “O que você busca em termos gestuais deve sempre visar à neutralidade e à complementariedade”, afirma Adas.
Ou seja, a maneira como você usa as mãos ou desloca o seu corpo não pode interferir na história que está contando – antes, deve reforçá-la.
Manter as mãos ao lado do corpo, por exemplo, cumpre essa função. Fazer gestos abertos, por sua vez, mostra ausência de proteção e confiança. “A conexão com a audiência é mais forte se seu gesto é natural”, diz Chequer.
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6. 5. Seja coerente
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6/9 (Foto: Gabriel Araújo. Instrutora e coach: Sabrina Mello. Espaço: Livraria da Vila)
Neste ponto, a coerência entre o que se diz e como se age é fundamental. “Falar uma coisa e fazer outra cara compromete a credibilidade”, diz o especialista. Agora, como conciliar conteúdo e expressão quando se está nervoso e o sorriso ou sobrancelhas arcadas parecem ter vida própria? A solução, de acordo com os especialistas, é treino. Por isso, não subestime a importância do preparo antes da apresentação.
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7. 6. Fuja dos gestos vilões
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7/9 (SOAP)
Batucar dedos na mesa, enrolar o cabelo ou apontar o dedo para a plateia pode atrapalhar sua plateia. Primeiro porque tais gestos distraem. Segundo, podem incomodar ou trazer insumos para o pré-julgamentos da plateia. Na dúvida, escolha gestos neutros e conscientes.
“Muita gente odeia que aponte o dedo para elas. Ao fazer isso, você quebra a empatia”, diz Chequer.
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8. 7. Em pé ou sentado?
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8/9 (Foto: Gabriel Araújo. Instrutora e coach: Sabrina Mello. Espaço: Livraria da Vila)
“Quando você está de pé tem o corpo inteiro para lidar, tem mais mobilidade no palco, a interação fica mais rica”, descreve o especialista. Sentado, ao contrário, o grau de liberdade é menor. “Você fica mais preso e tem menos recursos para complementar sua história”.
Quando o grupo é pequeno, contudo, muitas vezes não faz sentido ficar em pé. Aí, a dica é aguçar os sentidos para perceber qual postura é mais adequada para cada reunião.
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9. Agora, veja como surpreender
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9/9 (Getty Images)