aperto de mão (foto/Getty Images)
Camila Pati
Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 06h55.
São Paulo – Os critérios primordiais que os recrutadores utilizam para a contratação de profissionais - como perfil técnico e comportamental, valores e competências - são confidenciais.
No entanto, os especialistas revelam que alguns fatores podem fazer com que os candidatos saiam na frente nas entrevistas de emprego.
E estes aspectos são válidos tanto para seleções de estagiários, trainees, profissionais técnicos e também executivos. Jéssica Monteiro, da consultoria De Bernt Entschev, explica quais são eles:
1 Comunicação
Depois do currículo, é a capacidade de comunicação a primeira da lista de itens que interferem na avaliação dos recrutadores. “É avaliada em todas as etapas do processo, desde o primeiro o primeiro contato até a fase final”, diz Jéssica.
Expor com clareza e trazer informações relevantes sobre projetos dos quais participou e apresentar os pontos principais da trajetória profissional são indicadores desta habilidade que é muito valorizada pelas empresas.
“Preocupa-nos um candidato que não saiba se colocar de maneira correta, porque o profissional vai ser exposto a reuniões e situações em que precisa se comunicar com desenvoltura sobre assuntos, muitas vezes, complexos”, diz Jéssica.
2 Reputação e Relacionamento
A trajetória anterior do profissional é um ponto geralmente investigado em um processo seletivo. Por isso, é importante saber o que o mercado “diz” sobre você e quais as marcas que você imprimiu nos lugares pelos quais passou, explica Jéssica.
Quem mantém um bom relacionamento com ex-chefes e colegas de trabalho ganha pontos. “Faz toda a diferença, as empresas buscam referências com antigos gestores e, muitas vezes, fazem isso antes mesmo de convocar um candidato para a entrevista”, diz a especialista em executive search.
3 Planejamento
Mais um motivo para apostar em um plano de carreira. Quem tem metas profissionais bem definidas, além de mais chances de alcançar o sucesso, por conta das escolhas mais assertivas, fica mais perto de fisgar os recrutadores. “O tipo de empresa, sua cultura e também a natureza do cargo precisam estar relacionados ao objetivo de carreira do candidato”, diz Jéssica.
A especialista lembra que as respostas dos candidatos em relação ao planejamento profissional são essenciais na hora de reconhecer o seu potencial. “Têm total influência na avaliação, porque se a oportunidade não está alinhada ao objetivo de carreira, o profissional vai acabar ficando frustrado no cargo”, diz Jéssica.
4 Capacidade de tomar decisão
Alguns cargos demandam grande mudança na vida dos profissionais. Propostas para trabalhar em outras cidades, estados e até países, precisam ser avaliadas com cuidado, para que os impactos familiares e profissionais sejam levados em conta antes de tomar a decisão.
Aceitar em um primeiro momento e desistir depois pode desgastar a relação com os recrutadores e com a empresa que ofereceu a proposta, diz Jéssica.
“Por isso a gente coloca o maior número possível de informações para que ele possa avaliar e tomar a decisão de forma segura”, diz Jéssica. É claro que desistências acontecem, mas o importante, diz Jéssica, é ser transparente na hora de expor os motivos.
“Se o candidato opta por não ingressar em um projeto, é importante deixar claro quais foram os motivos. Assim poderemos direcioná-lo para outros processos seletivos”, diz Jéssica.
5 Inteligência emocional
A análise de características comportamentais ganha força nos processos seletivos. Afinal problemas desta ordem lideram a lista de motivos das demissões nas empresas.
Saber lidar com as emoções é um diferencial e resulta em mais chances de sucesso nos processos seletivos. “Quem demonstra equilíbrio emocional nas entrevistas de emprego vai agir assim também em outros momentos”, lembra Jéssica.
6 Iniciativa
Pró-atividade e interesse são considerados diferenciais de peso pelos recrutadores. “Nós atrelamos a iniciativa à ousadia do candidato”, explica Jéssica.
Encarar as oportunidades de carreira como desafios e estar sempre atento à demanda do mercado são exemplos de como colocar a inciativa em prática.
“Durante o processo seletivo, dá para perceber a disponibilidade e o interesse do candidato, até pelo número de perguntas que ele faz ao recrutador”, explica Jéssica.