Conhecer fatores de motivação é fundamental para acertar nas escolhas de carreira, diz especialista (Getty Images/Getty Images)
Camila Pati
Publicado em 20 de agosto de 2013 às 10h23.
São Paulo - É comum certo receio na hora de fazer um teste de personalidade, principalmente quando ele está atrelado a algum processo seletivo para uma oportunidade profissional. E isso acontece bastante, já que muitos profissionais de recrutamento costumam adotar ferramentas deste tipo para selecionar profissionais.
A explicação para o medo de encarar as perguntas que identificam o perfil pessoal comportamental pode ser etimológica. “A própria palavra teste pressupõe um parâmetro de adequação, parece que existe um certo e errado”, diz a psicóloga Giselle Mueller-Roger Welter, responsável técnica por um teste de personalidade, o Human Guide, apresentado durante o CONARH, que começou ontem em São Paulo.
Mas afinal, quais benefícios o profissional terá para a sua carreira (ou para o planejamento dela) ao encarar um teste de personalidade? É o que EXAME.com perguntou a Giselle. Confira cinco vantagens citadas pela especialista:
1 Conhecer o “DNA motivacional” traz autoconhecimento
“Não existe certo e errado quando se fala em personalidade. E o instrumento, no caso o teste, vai mapear o perfil da pessoa”, lembra Giselle. Ao encarar o teste e o seu resultado, o profissional vai dar um passo importante em direção ao autoconhecimento, segundo a especialista.
Vale destacar que o sucesso e a satisfação na carreira são, na maioria das vezes, resultantes da sintonia entre o desempenho da atividade e o perfil motivacional do indivíduo.
Assim fica claro que se conhecer, saber o que o inspira e o motiva para levantar todos os dias e ir trabalhar é parte fundamental deste processo. Isso porque, a partir da percepção dos fatores de motivação é possível ajustar a rota de carreira e aproximar-se daquilo que realmente faz sentido na sua vida.
2 Compreender a trajetória passada
“Agora eu entendo”. Sim, ao entrar em contato com motivadores e entender os contornos da sua personalidade, muito provavelmente movimentos, situações e conflitos ganharão a luz necessária para o seu real entendimento.
Uma pessoa que tenha se exposto muito em determinadas situações de trabalho pode compreender melhor suas ações ao perceber que a necessidade de atenção é um traço da sua personalidade. Ou seja, segundo Giselle, o resultado do teste vai organizar melhor a percepção que ela tem dela mesma.
Isso acontece porque ao entender o próprio funcionamento o profissional consegue traduzir o seu comportamento para o contexto da sua carreira. Conflitos profissionais, trocas de emprego e escolhas no passado podem ter mais relação com sua personalidade do que você imagina.
3 Fazer escolhas mais conscientes
“Ao identificar fatores de automotivação, a pessoa terá mais condições de avaliar se determinada tarefa vai trazer satisfação ou não”, diz Giselle.
Ou seja, a oferta de emprego pode ser boa em termos financeiros, mas se trouxer no “job description” uma atividade que você sabe que é altamente desmotivante para você, as chances de cair em uma cilada vão diminuir bastante.
4 Optar por fazer os ajustes necessários
Uma pessoa tímida e retraída que perceba que dentro da sua área de atuação ser expansiva é um valor social poderá fazer ajustes em seu comportamento para não se prejudicar.
“Esse profissional pode fazer um esforço no sentido de tomar ações para fazer as pazes com situações de exposição social caso perceba que sua timidez o atrapalha na hora de batalhar por uma promoção, por exemplo”, diz Giselle.
É claro que não haverá mudança na sua natureza, mas, de acordo com a especialista, é possível, nesse caso, trabalhar uma “expansividade instrumental”.
5 Aumento da tolerância
O olhar mais atento para a sua personalidade poderá trazer vantagens para o relacionamento interpessoal. “Ao me conhecer, passo a entender mais as outras pessoas e fico mais tolerante”, diz Giselle.
Por exemplo, você é uma pessoa mais sensível e tem um colega de trabalho extremamente objetivo. Ao se conhecer, fica mais fácil conhecer o outro e o resultado é que é menos provável que o modo de agir dele seja encarado como ofensivo. “Com melhor entendimento, a pessoa não se sente agredida pela objetividade dele”, diz Giselle.