São Paulo – Guardadas as devidas proporções, currículo em vídeo e comerciais compartilham do mesmo propósito: vender uma ideia ou produto, no caso da peça publicitária, ou o perfil profissional, no caso da modalidade de currículo.
Por conta disso, muito do que se pratica hoje na propaganda pode servir de inspiração para quem tem que, em poucos minutos, provar para o recrutador que é o candidato ideal para a oportunidade profissional em questão.
Não é preciso abusar da prolixidade para transmitir uma ideia. E este comercial da Panamericana Escola de Arte e Design prova esta máxima, de acordo com Marco Franzolim, da MonkeyBusiness. “Ela indica rápido, em 30 segundos, o que quer vender. Sem enrolação”, diz.
Ficar atento a isso é fundamental para quem precisa elaborar um currículo em vídeo. De acordo com especialistas em carreira, esse tipo de material não pode ultrapassar os dois minutos de duração. Parece pouco, mas não é.
Aqui, a ideia não é cortar dados e fazer um trabalho superficial, mas focar no que é mais importante. Para que isso aconteça, planejamento é fundamental. Conhecer o público a quem você se dirige, também.
A noção clara do público alvo da campanha é o principal trunfo deste comercial da Caixa. “Eles deram um exemplo e uma aplicação direta do benefício”, descreve Rogerio Chequer, da SOAP. Para isso, eles se valem até de uma personagem parecida com o público que querem atingir. “Você convence quando o interlocutor se enxerga usufruindo o benefício do produto”, diz Eduardo Adas, também da SOAP. No vídeo currículo, a ideia é seguir a mesma linha apresentando dados e fatos que comprovem que você é a resposta para a busca do recrutador. Mas para isso “mais do que conhecer a audiência, você precisa saber o que é importante para ela”, diz Chequer.
A técnica usada por este comercial da NET é levar a audiência a responder algumas perguntas que direcionem para a solução proposta pela peça publicitária. “É uma ferramenta para atrair interesse”, diz Chequer. Agora, muito cuidado ao copiar o formato deste comercial. Uma série de perguntas retóricas no início de um vídeo currículo pode não ser a melhor opção para a modalidade. A dica, neste sentido, é fazer perguntas sutis durante seu discurso. Por exemplo, depois de mostrar os benefícios que a empresa terá ao contratar você, finalizar com o questionamento: “Você gostaria de um profissional assim para o seu time? Então, acho que deveríamos conversar”, como exemplifica Chequer.
O recurso do presidente da GM neste vídeo é falar diretamente com o expectador. “Ao falar a palavra “você”, ele cria uma conexão”, diz Chequer. Além disso, ele reforça este intuito com olhares e gestos sabiamente coreografados. “Isso cria empatia”, diz Adas. Apesar do cargo austero, o personagem, neste caso, não hesita ao sorrir. “Repare nas pessoas que você considera “gente fina” quando conhece, provavelmente, elas chegaram até você sorrindo”, percebe Chequer. A dica neste caso é buscar recursos que gerem empatia e criem uma ponte entre você e o recrutador. Ser direto, mas falar com leveza e com um sorriso pode contribuir para este resultado.
“Tenha uma mensagem para passar. O que você pretende com esse material? Se colocar como especialista? Conseguir um emprego? Provar que é a melhor opção?”, sugere Franzolim. Foi isso que a Chrysler fez neste vídeo. Com o objetivo de mostrar que fazer carros é uma especialidade americana, a campanha constrói todo o enredo do comercial em torno desta premissa. Lembre-se: esta mensagem não pode estar solta – ela deve ter relação com os benefícios que você tem para oferecer para o emprego em questão.
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