Carreira

5 segredos que os chefes nunca contam

Ninguém está a salvo de ter dúvidas, desejos e medos inconfessáveis. Especialista conta o que pode se passar na cabeça do chefe que você sempre viu como "durão"

Meryl Streep no filme "O diabo veste Prada": estereótipo do chefe "durão" subsiste no imaginário corporativo (Divulgação/Facebook/The Devil Wears Prada)

Meryl Streep no filme "O diabo veste Prada": estereótipo do chefe "durão" subsiste no imaginário corporativo (Divulgação/Facebook/The Devil Wears Prada)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 16h42.

São Paulo - Não é comum encontrar chefes tão cruéis e impiedosos quanto a icônica Miranda Priestly, papel de Meryl Streep no filme “O diabo veste Prada”.

Mas, enquanto é verdade que o mercado de trabalho não tem tantas “Mirandas”, também está certo dizer que muitos ainda veem seus chefes como figuras implacáveis.

Segundo Fernando Jucá, sócio da empresa de treinamento Atingire, nos últimos anos são frequentes as tentativas de desmistificar a imagem de quem ocupa esse cargo.

Mesmo assim, diz o executivo, nosso imaginário ainda conserva muitas fantasias sobre eles. “É comum que se perceba o chefe como alguém frio e distante, o que muitas vezes não corresponde à realidade”, afirma.

Segundo ele, alguns gestores acabam adotando a postura de “durões” apenas manter sua imagem de poder e controle. “É uma tentativa de se legitimar: se todos esperam que o chefe seja frio, talvez ele ache que precisa ser”, explica.

Para Jucá, todos esses velhos estereótipos precisam ser dissolvidos. Não porque o gestor seja um "coitadinho", pondera ele, mas simplesmente porque ele também tem seus medos, fraquezas e dúvidas - e a incompreensão desse fato leva a conflitos desnecessários.

“É comum que as pessoas só percebam o lado humano dos chefes quando elas próprias chegam a uma posição de comando”, diz o especialista. Por que, então, não procurar entendê-los desde já?

Com a ajuda de Jucá, EXAME.com reuniu alguns medos e desejos frequentemente experimentados - mas quase nunca confessados - pelos chefes. Confira a seguir cinco desses “segredos”:

1. Ele também quer ser amado
“Chefes são seres humanos, e todo ser humano quer ser amado”, afirma Jucá. Segundo ele, é comum o temor de ser rejeitado pela equipe. “Às vezes a equipe pode pensar que o chefe não se importa com a opinião de ninguém, mas ele também quer ser bem aceito”, explica.

2. Ele duvida se vai dar conta de todas as pressões
É provável que o seu chefe também tenha o chefe dele. De acordo com Jucá, ele precisa responder a cobranças intensas de todas as partes e, muitas vezes mediar interesses divergentes. “Muitas vezes ele se pergunta se será capaz de suportar o peso”, explica.

3. Ele se pergunta se está pronto para liderar
“Conheço muitos gestores com anos de experiência que se sentem inseguros quanto à própria capacidade de chefiar”, conta Jucá. Para corresponder ao estereótipo do líder que “sabe tudo”, a autocobrança aumenta ainda mais. “Ele se sente mal se não tem todas as respostas”, afirma o especialista

4. Ele tem medo de perder o controle do pessoal
A fantasia de que o chefe é uma figura onipotente e onisciente muitas vezes traz sobrecarga para ele “Graças a esses mitos, ele acaba acreditando na falsa ideia de que precisa manter o controle constante da equipe e de todas as situações”, diz Jucá.

5. Ele teme ser “abandonado”
De acordo com Jucá, ao contrário do que muitos imaginam, o chefe quer que seu liderado goste do que faz. “Ele aprecia a ideia de que as pessoas estão felizes onde estão, porque isso significa que vão ficar ao lado dele e prosseguir com o trabalho”, conclui.

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