São Paulo - Se você se orgulha de ter passado muitos fins de semana e feriados de 2014 mergulhado em trabalho, talvez seja bom repensar seu conceito de produtividade.
A sugestão é de Rubens Pimentel, sócio da Ynner Treinamentos. Segundo ele, quem cultiva o hábito de levar trabalho para casa não merece nenhuma medalha.
“Quem faz isso, em geral, é o profissional incapaz de dar conta das suas obrigações no período designado para o expediente”, afirma. “É o improdutivo”.
Não que a carga de trabalho em muitas empresas seja pequena. “Há realmente muitos profissionais sobrecarregados, mas não 365 dias por ano”, opina Rubens. A raiz do problema, para ele, é a desorganização dos ambientes de trabalho.
“A tecnologia é um dos principais gatilhos de distração num escritório. As pessoas acreditam que são ‘multitarefa’, que conseguem checar emails a cada dois minutos, responder mensagens no celular e ainda por cima trabalhar. Isso não existe”, diz o executivo.
Segundo Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR (International Stress Management Association do Brasil), o hábito de trabalhar constantemente está se tornando crônico. “O mais preocupante é que os próprios empregadores incentivam esse comportamento, esquecendo que isso é ruim para eles também”, afirma.
Mas por que essa prática pode ser tão nociva? Veja os riscos elencados pelos especialistas ouvidos por EXAME.com:
1. Sua produtividade pode despencar (ainda mais)
Não adianta se enganar: trabalho fora do expediente não é sinônimo de produção maior - que dirá melhor. “O cansaço causa déficit de atenção e maior propensão a erros”, diz Ana Maria. No longo prazo, o preço que se paga é entrar num ciclo interminável de entregas atrasadas e horas extras para compensá-las.
2. Você pode ficar mais “covarde” profissionalmente
O resultado de um experimento publicado recentemente no Journal of Consumer Research mostrou que o esgotamento físico e mental faz as pessoas a tomarem decisões mais seguras. Arriscar-se menos tem seu lado bom, mas também pode levar você a desperdiçar oportunidades profissionais e ser menos inovador.
3. Talvez você desaprenda a relaxar
Levar trabalho para casa significa sacrificar tempo de lazer e convivência social. Aos poucos, a disposição para interagir com familiares e amigos e até o bom humor podem começar a ficar escassos. “A pessoa pode não saber mais como se divertir”, alerta Pimentel.
4. Você fica mais propenso a problemas de saúde
Segundo Ana Maria, o corpo não passa ileso pelo excesso de trabalho. Entre os efeitos físicos mais comuns, ela cita dores musculares, dores de cabeça e distúrbios gastrointestinais. Do ponto de vista emocional, não é raro desenvolver ansiedade e irritabilidade.
5. Você pode ter dificuldades de relacionamento
Pessoas cansadas se tornam mais impacientes e irritadiças. "Esse estado de nervos faz aumentar muito a chance de elas se envolverem em brigas e discussões desnecessárias com colegas e chefes", explica Ana Maria.
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1. Qualidade de vida
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1/12 (Flavio VodSkaMan/SXC)
Se você está procurando uma profissão que ofereça qualidade de vida, que tal considerar trabalhar como um cientista de dados, gerente de mídias sociais ou especialista em SEO? Segundo um relatório feito pelo portal de empregos, Glassdoor, esses são alguns dos 20 empregos que mais oferecem equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. A lista de classificação se baseia nos feedbacks enviados pelos próprios funcionários que trabalham no setor. A pesquisa também analisou as perspectivas de melhoria em cada setor de acordo com a opinião dos empregados. Em uma escala de pontuação que varia de 1 a 5 - em que 1 representa "insatisfeito", 3 representa "Ok" e 5 é "muito satisfeito" - confira 10 desses 20 trabalhos mais bem avaliados:
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2. 1º Cientista de dados
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2/12 (Getty Images)
Com 4.4 pontos, o cientista de dados lidera o ranking de profissões que mais oferecem equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Além disso, cerca de 74% dos funcionários dizem que o negócio pode melhorar, enquanto apenas 5% se mostram pessimistas em relação ao futuro.
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3. 2º Especialista em SEO
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3/12 (Marcos Santos/USP Imagens)
Ocupando o segundo lugar na classificação, os especialistas em SEO têm pontuação de 4.3 na avaliação. 75% dos trabalhadores na área afirmam que ela ainda pode melhorar, contra 11% que acreditam que o setor pode piorar.
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4. 3º Guia de turismo
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4/12 (Getty Images)
O guia turístico alcançou pontuação de 4.3 pelos avaliadores, e 59% dos funcionários estão otimistas em relação ao negócio. 7% acreditam que o negócio pode piorar
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5. 4º Salva-vidas
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5/12 (Getty Images)
Em quarto lugar, o emprego de salva-vidas foi avaliado com 4.3 pontos. Na pesquisa, 33% dos trabalhadores do ramo afirmam que o setor pode melhorar, e 0% pensa que irá piorar.
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6. 5º Gerente de mídias sociais
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6/12 (Getty Images)
Também com 4.3 pontos, o trabalho do gerenciador de mídias sociais ocupa a quinta posição no ranking. E enquanto 76% se mostram positivos em relação ao setor, 10% dos trabalhadores do setor acreditam que o negócio deve piorar no futuro.
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7. 6º Instrutor de fitness em grupo
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7/12 (Divulgação/Zumba Fitness)
Trabalhar em uma academia pode trazer uma série de vantagens, como horários flexíveis e a possibilidade de malhar de graça. Com 4.2 na classificação, cerca de 43% dos empregados na área acreditam que ela deve melhorar, enquanto 13% estão pessimistas em relação ao futuro.
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8. 7° Designer de UX (Experiência do Usuário)
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8/12 (Stock Exchange)
Com 4.2 nas avaliações, os designers de experiência do usuário alcançam a sétima posição no ranking e contam com 60% otimistas em relação ao negócio. Já 15% pensam que o setor deve decair.
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9. 8º Comunicação Corporativa
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9/12 (Thinkstock)
Comunicação corporativa tem o oitavo lugar na classificação, com 4.1 pontos. De acordo com a pesquisa, 56% dos que trabalham na área se mostram positivos com o setor, contra 6% que afirmaram estar pessimistas.
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10. 9º Bombeiro
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10/12 (REUTERS)
Os bombeiros ganharam o nono lugar nas avaliações e tiveram pontuação de 4.1. Aproximadamente 47% pensam que o campo deve melhorar. 17% estão pessimistas em relação a esse trabalho no futuro.
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11. 10º Corretor de ações
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11/12 (Patricia de Melo Moreira/AFP)
A décima colocação fica com o corretor de ações, que alcançou 4.0 pontos nas pesquisas. Cerca de 38% dos funcionários estão otimistas com o setor. No entanto, outros 38% também acreditam que o cenário pode piorar.
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12. Agora veja as formações "diferentes" de executivos que chegaram ao topo
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12/12 (Stock.Xchange)