Pessoas conversando: perigo concentra-se no uso das “muletas” na situação profissional (Creative Commons/Flickr/ Lars Plougman)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2014 às 12h42.
Você já ouviu falar de “muletas linguísticas”? São expressões classificadas como cacoetes; expressões da moda. Por dependerem do uso, muitas vão e vêm.
1. Tipo
Costumo ironizar que a palavra “tipo”, na fala, acabou se transformando na pontuação pós-moderna da geração “zap-zap”:
“Hoje (tipo) eu (tipo) busco a independência (tipo) financeira.”
Há sim a chamada liberdade do informalismo, mas a questão perigosa concentra-se no uso das “muletas” na situação profissional. É possível que o cidadão, à primeira vista, não se encaixe no “tipo” profissional.
2. Meio que
Quem nunca ouviu a vazia expressão “meio que”? Em uma rápida pesquisa por microblogs, centenas de registros como:
“A gente vive em um país (meio que) ditatorial.”
Principalmente na escrita, nota-se a ineficiência de “meio que”.
3. Tipo Assim
Lembremo-nos, também, da moda do “tipo assim”. Em uma mensagem eletrônica, corporativa, um gerente (acredite!) registrou:
“Hoje, (tipo assim), acordei às 6 da manhã.”
Houve excelente uso da pontuação e do acento grave, mas “tipo assim”, formalmente, não possui valor algum.
4.Cara
E o conhecido vocalista de um grupo brasileiro completamente viciado no termo “cara”?
“Brasília, (cara), é uma terra, (cara), de poetas, (cara)!”
O uso excessivo dessa muleta ganhou tanta repercussão que o sujeito foi satirizado pelos caminhos rancorosos da Internet.
No entanto, existem usuários da Língua que não se preocupam com as vertentes da língua-padrão. Ratifico: tudo é uma questão de objetivo, de expressão e de sociabilidade.
5. Gerundismo
Pode-se dizer hoje, com veemência, que vários clientes irritam-se com a moda do gerundismo, daqueles locutores do “a gente vai estar verificando...”.
Por quê? Justamente porque o atendimento telefônico, entre cliente e empresa, subentende o critério profissional, da objetividade, da eficácia.
Parafraseando diversos gramáticos e linguistas, o ideal é que sejamos poliglotas em uma mesma Língua.
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