A instabilidade no mercado de trabalho faz com que muitos profissionais deixem seus empregos para se tornarem empreendedores, criando startups nos mais diversos setores do mercado. Afinal, as vantagens para quem obtém sucesso no negócio são muitas, como independência, alto faturamento, realização pessoal e rápido crescimento profissional. Não adianta pensar que foi fácil para empresários de sucesso conseguirem se consolidar no mercado. Além de uma ideia inovadora, o profissional deve ter muitos outros atributos para abrir uma empresa. E como saber se você já está preparado para abrir sua startup? Para falar sobre o assunto, a INFO conversou com o diretor da consultoria de gestão empresarial Great Group, Júlio Amorim, que identificou alguns dos pontos mais importantes que devem ser levados em consideração antes de investir no novo negócio. Confira:

Um profissional que deseja abrir uma startup precisa ter um perfil empreendedor. Ambição, ansiedade, vontade de crescer rápido, multidisciplinaridade, organização e independência são algumas das características que validam um perfil para quem deseja se tornar empresário. Resta a ele adaptar suas capacidades para controlar o negócio em um ambiente onde terá que desempenhar múltiplos papéis – pois em uma startup não há hierarquia e nem divisão burocrática de responsabilidades como em uma empresa. "Esse profissional quer autorealização baseado em algo novo. Algo que não está construído e que vai trazer mais nome para sua carreira", diz Júlio Amorim.

Ao comandar um novo negócio, organização e produtividade se tornarão prioridade na sua rotina. Isso porque no início muitas startups não têm escritório fixo. Então, quem está acostumado a trabalhar apenas em ambiente de escritório, com horários fixos e fins de semana livres terá que adaptar sua rotina para realizar suas tarefas remotamente, evitando distrações e a procrastinação.

Não basta apenas ter uma boa ideia para lançá-la no mercado. Até porque é preciso conhecer bem o setor em que se estará investindo. É preciso criar um plano de negócio estruturado e certificar-se de que o empreendimento é viável. Por meio de estudos é possível apontar todas as condições que a firma terá, desde o valor que será investido até a possível margem de lucro do produto. Além disso, segundo Amorim, um erro muito comum de empreendedores é que eles se esquecem de incluir suas despesas além da empresa. É preciso colocar no plano de negócios seus custos pessoais e analisar se realmente é possível bancar as duas coisas. Outra importante medida é garantir um fundo de reserva para lidar com situações inesperadas, já que se está indo para um mercado mais arriscado.

Um profissional que irá iniciar um projeto de startup deve ter em seu DNA o foco em resultado. “Eu costumo ver pessoas que se desafiam a fazer coisas e se frustram porque não chegam a lugar nenhum, pois não estavam acostumadas a entregar algo que é obrigatório em startup – que é resultado”, diz Amorim. Para isso, é preciso ter um bom conhecimento em planejamento e autoconhecimento sobre sua capacidade para lidar com resultado, mesmo que ele seja ruim. “O empresário não tem opção de ficar frustrado. Tem que usar o resultado ruim como aprendizado. Pois senão ele desiste”, afirma o executivo. Analise este ponto a partir desta questão: quando um resultado não saiu como você esperava, como se sentiu?

Antes de investir na startup, veja como está a sazonalidade do mercado. Estude quais são as tendências e necessidades dos consumidores em buscar seu produto, e por quanto tempo ele será procurado - se é algo momentâneo ou que gere receita durante o ano todo. Um novo negócio na área de sorvetes, por exemplo, somente daria certo no período de verão. Planeje o novo negócio para começar antes do período em que irá ter mais demandas, e assim terá mais chance de sucesso e receita durante todo o ano.