Fabrício Cesário, gerente-geral de processos da ThyssenKrupp CSA: economia de 20% no gasto com água (Eduardo Zappia)
Da Redação
Publicado em 21 de abril de 2015 às 08h08.
Com uma crise hídrica estabelecida em diversos estados, profissionais ligados à gestão de recursos ambientais e ao aumento da eficiência na produção industrial se tornaram estratégicos para garantir que a escassez de água não prejudique os resultados das empresas em 2015.
Rever processos de uso de água e energia elétrica, identificar oportunidades de economia e propor soluções inovadoras são atividades que as companhias estão estimulando e valorizando. “Minha missão é revisar os diversos processos da indústria para evitar desperdício e diminuir custos, o que está diretamente associado aos resultados”, diz Fabrício Cesário, de 40 anos, gerente-geral de processos na ThyssenKrupp CSA, siderúrgica situada no distrito industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
Depois de refazer ligações e ajustes para melhorar o reaproveitamento da água na unidade, a companhia diminuiu em 20% seus gastos com o recurso. “O reúso vai ser a grande tecnologia para resolver a crise hídrica”, diz José Otávio Menten, coordenador do curso de engenharia agronômica da Universidade de São Paulo.
Empresas que passam a se preocupar com o assunto agora estão reforçando suas equipes, o que tem aumentado o número de propostas de emprego para profissionais especializados na boa gestão de recursos e matérias-primas. “Nos últimos seis meses, venho recebendo pelo LinkedIn pelo menos três propostas de emprego por semana para cargos ligados à gestão hídrica”, diz Alyson Carvalho, de 27 anos, engenheiro eletricista da equipe responsável pela implantação do sistema de tratamento de chuva e esgoto no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Para quem se interessa pela área, uma boa notícia é que as empresas estão dispostas a investir em formação. No caso da equipe de sustentabilidade do Sírio-Libanês, a instituição subsidiou especializações e pós-graduações para capacitar sua equipe de sustentabilidade. “Arcamos com 70% dos custos”, diz Fabio Patrus Pena, superintendente de gestão de pessoas e qualidade do hospital.
Vale lembrar que as posições não estão restritas à área técnica e devem se manter em alta pelo menos até meados de 2016, prazo mínimo para que os reservatórios recuperem seus níveis normais.